terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

LETRA NEGRA (XI e XII)

XI

porque só o raro me interessa, na era da banalidade.


XII

invento estranhos jogos, ó górgonas, busco uma saída para a insânia. crio nomes para as cores: azul é asmodeus, vermelho, belial, roxo, astaroth, branco, balam, violeta, astarté. alucino palavras até queimarem parietais, rótulas, tendões, nervos retorcidos em rude seqüência de mutações. renomeio teu corpo, matéria transfigurável, ao percorrê-lo de esperma: boca é amêijoa, dorso é fataça, vagina é lagamar, olhos são gavinhas, tetas são guantes, e assim até o extremo da pele. escrevo nomes para o teu nome: você é agramática majólica, replicante sexual, lince nervurada, ubíqua sulamita, ninfa alvaiade, náutila lupina, mielina menina da fronteira.

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