quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

LETRA NEGRA (XXV a XXVII)

XXV

— alguma vez (inseto oculto na caixa de sândalo) foi possível?

ou seria (o livro de Heráclito aberto ao acaso) mera arquitetura

do imaginário (peixeazul afunda no tanque de outono)?


XXVI

esqueletos da noite

esfiapam farpas

nuncas de caranguejos

arranham órbitas

investidas em vogais:

noite é o nome da ferida

noite é o nome de nunca

onde queimam palavras,

silêncios, ódios, parietais:

ferida é o nome de nunca mais.


XXVII

caranguejos da noite

arranham farpas

esfiapam silêncios

em órbitas de vogais

parietais de esqueletos

investidos de ódios

em onde de nuncas:

noite é a ferida do nome

noite é queimam palavras

ferida é nunca de nunca mais

2 comentários:

  1. De cabelo aberto e boca em pé, aguardo ansiosamente.
    Paulo Yonamine

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  2. de cabelo aberto e boca em pe´, aguardo ansiosamente.
    Paulo Yonamine

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