Caros, estou acabando de escrever minha dissertação de mestrado — A estética do labirinto: barroco e modernidade em Ana Hatherly, que defenderei no final de abril, na USP. A pesquisa para desenvolver esse trabalho foi exaustiva, mas fascinante: o estudo aprofundado da obra de Ana Hatherly, e em especial os seus ensaios (A experiência do prodígio, A casa das musas, O ladrão cristalino), e ainda de autores como Gustav Hocke (O mundo como labirinto), Johan Huizinga (Homo ludens) e Affonso Ávila (O lúdico e as projeções do mundo barroco) acrescentaram muito à minha visão da cultura e do mundo.
Estou praticando uma arte marcial japonesa, o Aikidô. Fiquei encantado com essa técnica, que não é apenas uma forma de combate, mas também um exercício mental e espiritual, que me deixa mais relaxado, seguro, tranqüilo, ainda que vivendo numa fase turbulenta. Assim como no Tai Chi Chuan (outra arte marcial que pratico, esta de origem chinesa), o principal inimigo a ser derrotado é a nossa mente, que cria o medo, o ciúme, a inveja, a cólera e outras emoções negativas. São formas de luta contra nossos demônios internos: meditação em movimento.
Comecei a escrever um poema longo, chamado Letra negra, que divulgarei em breve aqui na Pele de Lontra. É uma experiência bem diferente (acho) de meus textos anteriores; apesar da aparência de lirismo e subjetividade, há um diálogo com o pensamento científico, e em especial com Werner Heisenberg e autores mais recentes, cuja visão da realidade é similar à dos antigos filósofos chineses. Porém, não vou dar pistas de leitura: o autor não é a pessoa mais indicada para decifrar os seus próprios textos.
Não sou mais o diretor da Casa das Rosas. Nos seis meses em que ocupei o cargo, colaborei para a realização do Simpósio de Poesia Contemporânea (Simpoesia 2008), que reuniu 50 poetas de todo o país para recitais e debates, numa parceria com a Universidade de São Paulo; organizei o ciclo Poesia dos Quatro Cantos, com apresentações poético-musicais de autores árabes, coreanos, judeus e irlandeses; o ciclo Poetas de Cabeceira, com palestras sobre Manuel Bandeira, Vladimir Maiakovski, Augusto dos Anjos e Federico Garcia Lorca; a série Pluriversos, caminhos da poesia brasileira contemporânea; o Café Filosófico e diversas outras ações inovadoras na programação da Casa, além de dar continuidade a eventos já tradicionais, com destaque para o Hora H, homenagem anual à memória do poeta Haroldo de Campos. Agora, estou em busca de outras atividades, para fins de sobrevivência; aceito sugestões.
Ah, sim, a edição de fevereiro da Zunái está saindo do forno e apresentará uma exposição virtual de Guto Lacaz, entrevista com Maria Esther Maciel, depoimento de Aurora Bernardini, texto-manifesto de Rodrigo Garcia Lopes, ensaios de Raul Antelo e Victor Sosa, traduções de Han Shan, Issa Kobayashi, Ungaretti e Dylan Thomas, entre muitos outros acepipes, aguardem.
OM TAT SAT,
CD
Era Diretor da Casa das Rosas? Eu nem sabia. Que trabalhão!
ResponderExcluirQue tal dar aula numa universidade?
Mas perala. Você é bom, saberá o que fazer. Em texto, claro. Editor de Caderno de LIteratura é uma.
Se bem - paralelo - podia dar aula dessas artes japonesas num parque...Isso , de graça! E com graça!
Rose, é verdade, após obter o título de mestre, poderei dar aulas numa universidade; a questão é como sobreviver até lá... quanto a ser editor de cultura num jornal diário, bem, se você for amiga do Frias ou do Mesquita e quiser me indicar, agradeço desde já. Dar aulas de Aikidô, só quando eu for faixa-preta, e deve demorar de cinco a oito anos, mais ou menos, para isso... beso do
ResponderExcluirCD
Cld, o que quer dizer OM TAT SAT?
ResponderExcluirVocê vai conseguir um bom trabalho. Fé.
ResponderExcluirAna, é um mantra védico, em sânscrito; traduzindo literalmente, "a Verdade Absoluta é tudo o que existe". Essa fórmula é recitada em rituais hindus e geralmente aparece no final de alguns textos sagrados. Beso,
ResponderExcluirCD
que coincidência ler isso: ainda hoje eu estava vendo a tradução que ela fez do sacher-masoch (a vênus castigadora).
ResponderExcluirem tempo, sua galeria é maravilhosa.
denise
Denise, não conheço a tradução que a Ana Hatherly fez de Masoch, mas deve ser interessante. Abraço,
ResponderExcluirCD