sexta-feira, 18 de setembro de 2015

LABORATÓRIO DO OUVIDO & CINE-OLHO














Dziga Vertov (1896-1954), um dos principais cineastas soviéticos da primeira metade do século XX, iniciou sua atividade artística no campo da poesia experimental. Com apenas 15 anos de idade fundou o “Laboratório do ouvido”, para pesquisar as possibilidades da poesia sonora – ele gravava falas e ruídos das ruas, fábricas, praças, com um fonógrafo Pathéphone, depois editava as gravações, criando a ambientação sonora de seus poemas. Aos 22 anos, começou a trabalhar com cinema – ingressou no Kino Komittet de Moscou e tornou-se redator do primeiro cinejornal soviético, o Kinonedelia (“cinema semanal”). Inventou então um novo conceito de documentário, que chamou de “Cine-olho” (Kino Glaz) e “Cine-verdade” (Kino Pravda), ou cinema não-ficcional, sem roteiro, sem atores e sem estúdio, focado na nova realidade socialista, no mundo das máquinas, da produção industrial, da agricultura coletivizada e das relações pessoais. Dziga Vertov tinha vários cinegrafistas à sua disposição, que registravam cenas do cotidiano, e depois editava esse material na sala de montagem, empregando técnicas revolucionárias de construção fílmica, só comparáveis às de Sergei Eisenstein. Entre seus trabalhos mais brilhantes estão Um homem com uma câmera (1928) e Réquiem para Lênin (1934).

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