Solitários caminhamos em terra ignorada,
espectros de nós mesmos.
Há uma letra em cada unha,
mas nenhuma para traduzir estrela.
Há uma lua em cada seio,
e um seio em cada palma
que aperta cicatrizes.
Há uma cicatriz em cada imagem que não cala,
em cada memória que recusa o olvido.
Porém, a delícia de caminharmos lado a lado,
sem destino, nessa terra ignorada e idêntica,
onde lagartos lambem cicatrizes.
E então, mais uma vez, você é para mim um anjo,
e eu a sua sombra.
(para Tiuíse, 2009)
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
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Prezado prof. Claudio Daniel
ResponderExcluirO poema possui delicadez e rudeza nas imagens selecionadas. Os contrastes sonoramente funcionam e o emprego de técnicas da produução poética estão bem arranjadas. Gostei.