CANÇÃO DA PULGA
Era uma vez um monarca
Que tinha uma pulga imensa,
E com amizade intensa,
Como a um filho estimado
O alfaiate chamou,
Que logo se apresentou
E a medindo com cuidado
Belas calças lhe ofertou!
Vestiu-se, portanto,
De seda e veludo
Com faixas no manto
Uma cruz no escudo.
Tornou-se ministro,
No peito uma estrela,
Parentes, que sorte!
Senhores na corte...
Homens e mulheres
Na corte a sofrer!
A rainha e as criadas
Mordidas, picadas,
Que desprazer!
Não podiam matá-la,
Nem mesmo coçar-se.
Vamos nós esmagá-la,
Se vem a mostrar-se.
Tradução: Sílvio Meira
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Prezado prof. Claudio Daniel
ResponderExcluirPoema divertidíssimo. Imaginava Goethe um carrancudo, mas que surpresa essa.
Celso, Goethe tem muitas facetas... poesia lírica, ingênuo-sentimental, erótica, satírica, política, filosófica... pena que sua obra poética completa só saiu em Portugal (tradução de Paulo Quintela), não no Brasil... aqui, houve traduções esparsas, mas de ótima qualidade, de gente como Haroldo de Campos, Nelson Ascher, Mário Faustino, entre outros... passarei a bibliografia mais tarde... abraço,
ResponderExcluirCld.