segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

OSSO CANTANTE

(nova versão)

ruídos ásperos

perseguem o tempo;

somos apenas figuras rotas,

moídas pelo medo.


* * *

(quantos disfarces para construir meu rosto?)


* * *

com a brutalidade

de um osso cantante.

com um morto em cada linha,

e uma rosa para cada morto,

ela pergunta aos seus lagartos:

o que existe além da pele?


mistério algum além da verde gaivota numerável até o infinito.


* * *

números delineiam as quinas da eternidade.

mortos bebem dos pulsos

de nossas mãos.


* * *

nenhuma língua é a minha;

este é o motivo de meu desprezo

aos que simulam sinceridade.


* * *

Serpe troca de pele com o peixe transmutado em galo,

em sonho,

em sombra,

em nada.


2010 / 2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário