(nova versão)
ruídos ásperos
perseguem o tempo;
somos apenas figuras rotas,
moídas pelo medo.
* * *
(quantos disfarces para construir meu rosto?)
* * *
com a brutalidade
de um osso cantante.
com um morto em cada linha,
e uma rosa para cada morto,
ela pergunta aos seus lagartos:
o que existe além da pele?
mistério algum além da verde gaivota numerável até o infinito.
* * *
números delineiam as quinas da eternidade.
mortos bebem dos pulsos
de nossas mãos.
* * *
nenhuma língua é a minha;
este é o motivo de meu desprezo
aos que simulam sinceridade.
* * *
Serpe troca de pele com o peixe transmutado em galo,
em sonho,
em sombra,
em nada.
2010 / 2011
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
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