o
mar;
digo: tigre,
pupilas de verde fúria;
suas tígricas vagas, garras,
punhais esfervilhantes
em arcadas de espuma, presas aguçadas;
o fluir e o refluir de suas águas
em ondulação, tigrinoso emblema da fera,
cantabile alabarda em jaspe e luzidia prata urdida,
nos seduz como selvagem dança sarracena,
seus lenços de tépida alfazema escura;
dissolvidos em seu puro olhar
de algas em si algas, najas, corais
em opalino alvoroço musgoso,
não mais resistimos, estancados na argêntea areia,
e entramos em suas águas de água
sob o sol; aí cessamos.
1994
(Poema do livro Yumê. São Paulo: DIX Editorial, 2008, segunda edição)
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
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... este conheci no Figuras Metálicas e é um de meus preferidos!
ResponderExcluirÉ um dos melhores poemas que já li! Uma obra-prima, Cláudio! Parabéns!
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