Do lado de dentro das Paredes do Crânio
— Glauco Mattoso
Até
a última carícia
do prazer atípico, longe
dos seios estéreis —
plumas ou punhais, não
músculos enrijecidos
de basalto, suor de metal
libidinoso — assim os jaguares
mastigam iguanas de poliéster
sob o sol. Porém, a lenta
desaparição do olhar
(estranha metamorfose)
faz o tempo esférico
ser menos do que o espaço
indefinido pelo tato
— diálogo mudo
entre as mãos e o vazio.
(Fica o consolo das narinas,
o odor — para ele —
tão sweet love, sweet honey
de pés fortes, grandes e sujos
e a voz das palavras, o mar
interminável das vogais.)
1999
(Do livro A Sombra do Leopardo)
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
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Prezado Prof. Claudio Daniel
ResponderExcluirO poema é verdadeiramente vertiginoso.
A cena dos jaguares a mastigar iguanas impressiona.
Abçs