DO LIVRO DOS MORTOS
Pensava em certa configuração de azuis
na tez jadeamarela
da lua
em escamas
de formiga-dragão.
Suspeitasse ao menos que o tempo
é matéria volátil
— cenários
de um ritual cíclico.
(A pastora jogava críquete com o unicórnio
água vertendo
nos ramos desalinhados
dos verdes
sob a laje.)
Com a mente confusa
fervendo
em espumas de negrume
em círculos
de obsessões
esquálidas.
Pássaros; relógios; números; cheiro de iodo;
mãos imóveis
e a face rígida
faraônica.
Ela
a Rainha do Vegetal
apartada de todo íntimo contato.
Fumo espesso
do lado de fora
de sua tímida
catacumba etrusca.
Dentro
flores cafonas, místicos mantras
a lembrança de avencas
e do veneno
para ratos.
Agora, imóvel
captava os sinais
da Gran Cualquierparte
— voz escura ou
olho de flamingo
para repovoar
o silêncio,
pele de chamalote — .
E o silêncio (ela sabe) é vermelho.
s/d
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