O judaísmo é uma religião e um conjunto de costumes e tradições, não define uma nacionalidade ou grupo étnico-linguístico específico -- há comunidades judaicas chinesas, indianas, persas, eslavas, africanas, que descendem de povos convertidos à religião judaica nos primeiros séculos da era cristã, como relata o historiador israelense Shlomo Sand, da Universidade de Jerusalém, no ótimo livro "A invenção do povo judeu" (São Paulo: Benvirá, 2011). O sionismo é uma ideologia política nacionalista criada no século XIX por Theodor Herzl, refutada em seu tempo pelos rabinos ortodoxos, que a consideravam uma heresia (a Torá profetiza que a criação do reino de Israel aconteceria apenas com a vinda do Messias) e rejeitada por intelectuais e artistas judeus, que não reivindicavam outra nacionalidade além daquela de seus países de origem. O pensamento sionista se tornou hegemônico nas comunidades judaicas apenas a partir do final da II Guerra Mundial, em que a maioria dos judeus assimilados -- anarquistas, comunistas, socialistas, democratas, liberais -- foi morta nos campos de extermínio nazistas. A Palestina, nessa época, possuía apenas 5% de judeus e 95% de árabes cristãos e muçulmanos. A criação de Israel em 1947 foi possível pela imigração de milhões de judeus EUROPEUS para a Palestina e pelo apoio dos Estados Unidos ao novo estado, planejado para ser uma base militar e política estratégica para a defesa dos interesses imperialistas no Oriente Médio. Cerca de 750 mil palestinos foram expulsos de suas casas e terras, numa operação de limpeza étnica conhecida como NAKBA ("catástrofe" em árabe). Hoje, o número de palestinos que vivem no exílio, proibidos pelos sionistas de voltarem a seus lares, é de cinco milhões de pessoas. No mês de maio, lembramos o aniversário da NAKBA, uma das principais datas do calendário de solidariedade ao povo palestino. Defender os direitos da comunidade palestina ao seu próprio estado, independente, soberano, com suas próprias leis, governo, fronteiras seguras e outras prerrogativas de um estado nacional não significa ser contra os judeus, e sim contra a intransigência de um regime fascista e colonialista instalado em Tel Aviv, que impõe aos palestinos a mais brutal política de segregação racial dos tempos atuais, só comparável ao apartheid da antiga Africa do Sul -- aliás, e não por acaso, um dos grandes aliados da entidade sionista. VIVA A LUTA DO POVO PALESTINO!
terça-feira, 5 de maio de 2015
MAIO É O MÊS DE LEMBRARMOS A NAKBA
O judaísmo é uma religião e um conjunto de costumes e tradições, não define uma nacionalidade ou grupo étnico-linguístico específico -- há comunidades judaicas chinesas, indianas, persas, eslavas, africanas, que descendem de povos convertidos à religião judaica nos primeiros séculos da era cristã, como relata o historiador israelense Shlomo Sand, da Universidade de Jerusalém, no ótimo livro "A invenção do povo judeu" (São Paulo: Benvirá, 2011). O sionismo é uma ideologia política nacionalista criada no século XIX por Theodor Herzl, refutada em seu tempo pelos rabinos ortodoxos, que a consideravam uma heresia (a Torá profetiza que a criação do reino de Israel aconteceria apenas com a vinda do Messias) e rejeitada por intelectuais e artistas judeus, que não reivindicavam outra nacionalidade além daquela de seus países de origem. O pensamento sionista se tornou hegemônico nas comunidades judaicas apenas a partir do final da II Guerra Mundial, em que a maioria dos judeus assimilados -- anarquistas, comunistas, socialistas, democratas, liberais -- foi morta nos campos de extermínio nazistas. A Palestina, nessa época, possuía apenas 5% de judeus e 95% de árabes cristãos e muçulmanos. A criação de Israel em 1947 foi possível pela imigração de milhões de judeus EUROPEUS para a Palestina e pelo apoio dos Estados Unidos ao novo estado, planejado para ser uma base militar e política estratégica para a defesa dos interesses imperialistas no Oriente Médio. Cerca de 750 mil palestinos foram expulsos de suas casas e terras, numa operação de limpeza étnica conhecida como NAKBA ("catástrofe" em árabe). Hoje, o número de palestinos que vivem no exílio, proibidos pelos sionistas de voltarem a seus lares, é de cinco milhões de pessoas. No mês de maio, lembramos o aniversário da NAKBA, uma das principais datas do calendário de solidariedade ao povo palestino. Defender os direitos da comunidade palestina ao seu próprio estado, independente, soberano, com suas próprias leis, governo, fronteiras seguras e outras prerrogativas de um estado nacional não significa ser contra os judeus, e sim contra a intransigência de um regime fascista e colonialista instalado em Tel Aviv, que impõe aos palestinos a mais brutal política de segregação racial dos tempos atuais, só comparável ao apartheid da antiga Africa do Sul -- aliás, e não por acaso, um dos grandes aliados da entidade sionista. VIVA A LUTA DO POVO PALESTINO!
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