EPÍSTOLA AOS TRANSEUNTE
Recomeço meu dia de coelho,
minha noite de elefante em repouso.
minha noite de elefante em repouso.
E, para mim, digo:
esta é minha imensidade em bruto, a cântaros,
este meu grato peso, que me buscara abaixo para pássaro;
este é meu braço
que por sua conta recusou ser asa,
estas são minhas sagradas escrituras,
estes meus alarmados testículos.
esta é minha imensidade em bruto, a cântaros,
este meu grato peso, que me buscara abaixo para pássaro;
este é meu braço
que por sua conta recusou ser asa,
estas são minhas sagradas escrituras,
estes meus alarmados testículos.
Lúgubre ilha me iluminará continental
enquanto o capitólio se apóie em minha íntima derrocada
e a assembléia em lanças clausure meu desfile.
enquanto o capitólio se apóie em minha íntima derrocada
e a assembléia em lanças clausure meu desfile.
Porém quando eu morrer
de vida e não de tempo
quando forem duas minhas duas maletas,
este há de ser meu estômago em que coube minha lâmpada
em pedaços,
esta aquela cabeça que expiou os tormentos do círculo
em meus passos,
estes esses vermes que o coração contou por unidades,
este há de ser meu corpo solidário
pelo qual vela a alma individual; este há de ser
meu umbigo em que matei meus piolhos natos,
esta minha coisa coisa, minha coisa tremebunda.
Enquanto isso, convulsiva, asperamente,
convalesce meu freio,
sofrendo como sofro da linguagem direta do leão;
e, posto que existi entre duas potestades de tijolo,
convalesço eu mesmo, sorrindo de meus lábios.
de vida e não de tempo
quando forem duas minhas duas maletas,
este há de ser meu estômago em que coube minha lâmpada
em pedaços,
esta aquela cabeça que expiou os tormentos do círculo
em meus passos,
estes esses vermes que o coração contou por unidades,
este há de ser meu corpo solidário
pelo qual vela a alma individual; este há de ser
meu umbigo em que matei meus piolhos natos,
esta minha coisa coisa, minha coisa tremebunda.
Enquanto isso, convulsiva, asperamente,
convalesce meu freio,
sofrendo como sofro da linguagem direta do leão;
e, posto que existi entre duas potestades de tijolo,
convalesço eu mesmo, sorrindo de meus lábios.
Tradução: José
Arnaldo Villar
TRILCE, LX
É de madeira minha paciência,
surda, vegetal.
Dia que tens sido puro, infantil, inútil
que nasceste nu, as léguas
de tua marcha, vão correndo sobre
tuas doze extremidades, esse vinco cenhoso
que depois desfia-se
em não se sabe que últimas fraldas.
Constelado de hemisférios de grumo,
sob eternas américas inéditas, tua grande plumagem,
te partes e me deixas, sem tua emoção ambígua,
sem teu nó de sonhos, domingo.
E se rói minha paciência,
e eu volto a exclamar: Quando virá
o domingo falastrão e mudo do sepulcro;
quando virá levar este sábado
de farrapos, esta horrível sutura
do prazer que nos engendra sem querer,
e o prazer que nos DesteRRA!
Tradução: Claudio
Daniel
DE PURO CALOR TENHO
FRIO
De puro calor tenho frio
irmã Inveja !
Leões lambem minha sombra
e o rato me morde
o nome ,
mãe alma minha !
À beira do fundo vou,
cunhado Vício !
Alagarta tange sua voz ,
e avoz tange sua lagarta ,
pai corpo meu !
A
e a
Está de frente meu amor ,
neta Pomba !
Dejoelhos , meu terror
e de cabeça , minha angustia,
mãe alma minha !
De
de uma
ME VEM, HÁ DIAS, UMA
VONTADE UBRRIMA, POLÍTICA...
de
e
ao
ao
ao
ao
ao
E quero,
ao
Quero,
Quero ajudar o bom a ser o seu pouquinho
de mal
e me urge estar sentado
àdireita do canhoto e responder ao mudo ,
tratando de ser-lheútil no
que posso
e também quero
muitíssimo
lavar os pés do coxo ,
eajudar o vesgo , meu próximo ,
a dormir .
à
tratando de ser-lhe
e
Ah! querer , este meu , este ,
mundial,
inter-humano eparoquial , maduro !
Me vem
no ponto ,
desde as fundações , desde a virilha pública ,
e, vindo delonge ,
dá vontade de beijar
o cachecol do cantor ,
afrigideira do que sofre,
aosurdo em seu impávido rumor craniano;
aoque me dá
o que esqueci em meu âmago ,
em seu Dante, em seu Chaplin, em seus ombros .
inter-humano e
e, vindo de
a
ao
ao
E para terminar ,
quero,
quando estou
à beira da célebre violência
ou pleno de peito o coração ,
queria
ajudar o que sorri
a escarnecer ,
por um passarinho bem na nuca do malvado ,
Cuidar dos enfermos ,
enfadando-os,
comprar o vendedor ,
ajudar a matar o
matador - coisa terrível -
e quiseraser bom comigo mesmo
em tudo .
e quisera
Traduções:
Antônio Moura .
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