“Um oásis oco dorme o celofane das miragens...”
I
Nuances do adeus,
outro: o sino-cegueira
naufraga e geme,
geme os cães, os gumes.
Minúsculo músculo,
és quem senão próximo?
Locus das coisas,
nenhures-morada,
das falhas marinhas
o cipreste-maçã, o mais
– luz caindo dos porquês.
Semas cegos, o nosso,
o torno, tua lágrima
sobre mim sob mim,
unicamente: os vãos vãos,
a escura cítrica forma.
Aprisionas o mais
na cripta-entre da razão,
fostes eu, aqui de tudo
que agora é mar: és mar.
Retecemos tua porcelana
amanhã, terias signo.
II
Trazidos com caules de rosa,
nas mãos
– vertias o sangue,
espinho-à-espinho.
Exterioras: per-
doado aos limiares,
face-a-face,
enterrado por formigas.
*
Areia e noite, úmidas,
obra líquida
– inaudível.
Um antes, sobre ti
enterrada –
oscilas
teu espectro.
Fora, um íntimo eu-outro
acolhias,
botões vazios,
rosa e sangue não havia.
Leia mais poemas de João Foti na edição de fevereiro da Zunái.
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