rolos e rolos de
papel-filme,
(sob a tela o pontilhado cru
das sobrecoxas).
o sexo, a pele,
porque
perfurá-la.
filmar entranhas que se
consomem.
zoom, zoom,
"mais perto!",
cantam as putas,
obsessiva,
desesperadamente,
por dentro
do motor das suas barrigas.
noite, o sobe e desce prodigioso
dos pistões.
noite, a graxa menstrual.
cruzamo-nos: tantos viadutos,
uma esteira de
aviário
ao estilo niemeyer.
o sonho
de levantar voo, mas o peso,
mas a crista,
mas o tempo guilhotínico.
setor de cortes.
porque a morte é a pornografia
irreversível.
o sexo, a sexautópsia
appeal.
porque os pés-
(um fetiche)
de-galinha do rosto dos mortos,
os boeings
noturnos, aerocloacais,
uma esteira
cujas malas são os ovos zi-
góticos
das putas.
(seus mil e um abortos):
setor de frios.
(Leiam mais poemas da autora na Zunái, em http://www.revistazunai.com/poemas/marceli_andresa_becker1.htm)
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