segunda-feira, 9 de abril de 2012

O MASSACRE DE DEIR YASSIN

"No início da manhã de sexta-feira, 9 de abril de 1948, os comandos dos grupos terroristas sionistas Irgun (liderado por Menachem Begin) e Gang Stern atacaram Deir Yassin, uma pacata aldeia palestina , com cerca de 750 moradores, localizada em terreno alto no corredor entre Tel Aviv e Jerusalém.

Ao meio-dia, centenas de pessoas, metade delas mulheres e crianças, foram assassinadas sistematicamente. Moradores do sexo masculino foram colocados em caminhões que desfilaram pelo bairro Yosef Zakhron em Jerusalém numa exibição macabra. Depois foram levados para uma pedreira , de onde foram atirados para a morte.

Haleem Eid, uma jovem de trinta anos, que pertencia a uma das principais famílias de Deir Yassim, viu quando um homem disparou uma bala no pescoço de sua cunhada Salhied, que estava grávida, quase a dar à luz, e abrir-lhe o ventre com uma faca de carniceiro. Aiesh Radwaer, uma outra mulher que assistiu a esta cena, foi morta quando tentava tirar a criança das entranhas da mãe já morta. A jovem Naaneh Kalil, de dezesseis anos, viu numa outra casa um homem agarrar uma espécie de faca e abrir seu vizinho Jamili Hish da cabeça aos pés, e depois fazer a mesma coisa ao seu primo Fathi nos degraus de sua casa. As mesmas cenas repetiram-se casa em casa. Segundo Safieh, uma mulher de quarenta anos, 'eu gritava, mas à minha volta havia outras mulheres sendo também violadas'.

Por todo o país, os palestinos entraram em pânico diante de tamanha selvageria e começaram a fugir para salvar suas vidas. Deir Yassin foi varrida do mapa. O centro da vila foi renomeada Givat Shaul Bet. Próximo deste local, onde judeus sionistas promoveram o holocausto dos palestinos, foi construído o museu do holocausto judeu.

O massacre dos palestinos em Deir Yassin foi um dos eventos mais marcantes da história do século 20, pela dimensão de sua brutalidade e por ter servido de aviso para a limpeza étnica que começaria em seguida, com o despovoamento calculado de mais de 500 cidades e aldeias árabes e a expulsão de 700 mil palestinos para dar lugar aos judeus que chegavam ao país.

Naquela noite de 09/04/1948, judeus dos grupos terroristas Gang Stern e Irgun contavam aos correspondentes estrangeiros, durante um chá com bolinhos, os detalhes do massacre. Essa entrevista foi publicada no The New York Times em 10 de abril de 1948. A contagem definitiva de 254 mortos foi publicada no The New York Times em 13 de abril, um dia depois que as vítimas foram finalmente enterradas."

Fonte: Oh Jerusalém de Dominique Lapierr e Larry Collins.

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