sábado, 21 de abril de 2012

UM POEMA DE JONATAS ONOFRE


TUMBEIROS

I
As horas se dissolverão
depois da linha do equador.
Num desvão soturno
olhos velam a espera.

II
A carne cala o corte.
Tantas mãos afagando
navalhas, no porão,
antes da âncora e do archote.

III
Indiferente ao traçado
de paralelos e meridianos
sobre a carta. O corpo singra
e sonha o dia da cova exata.

IV

Acender-se dói.
E eles com a treva costurada
ao corpo tendo que descoser-se
ao sol cru do porto.

(Leia mais poemas de Jonatas Onofre na Zunái, http://www.revistazunai.com/poemas/jonatas_onofre.htm)

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