SETE MICROCANTOS OU BILHETES PARA AUTO-EXÍLIO
I
marechal – centro. vias de pelica
onde nossos pés acreditavam o poema.
nos mentia o lugar
que se falsava acontecimento
II
(era placenta seca o que pisávamos)
III
ruas fendidas, sondadas no enigma
que se nos desfaziam
– habitávamos em silêncio
no que hoje nos tecemos juntos
IV
renda expurgada de seu líquido,
sêmen oco que nos desalojava
gota-a-gota
V
(em você foi primeira a coragem de existir
para fora desse centro estéril, onde
– EM VERDADE –
o poema era acontecimento em nós)
VI
somos abortos, bia, desse ventre árido:
praças de areia, luzes diáfanas,
escombros de casa – que desabitamos. existimos
VII
num lugar espaço
aberto entre
o abraço e o infinito
(Leiam mais poemas do autor na Zunái, na página http://www.revistazunai.com/poemas/diogo_cardoso.htm)
Nenhum comentário:
Postar um comentário