azul distante do olho
neblina cobrindo os olhos
mais que um lugar no espaço
sonhos recobrem espaços
mais que existências estáticas
só na superfície o estático
subsolo rumor de nomes
lugar-comum ser sem nome
sonhos se carbono fossem
molde de estrelas que fosse
luz nas sombras, quem se mostra?
astros maduros se mostram?
forma no escuro inda sonhas
teu riso afastando as sombras
mais que um lugar no espaço
sonhos recobrem espaços
mais que existências estáticas
só na superfície o estático
subsolo rumor de nomes
lugar-comum ser sem nome
sonhos se carbono fossem
molde de estrelas que fosse
luz nas sombras, quem se mostra?
astros maduros se mostram?
forma no escuro inda sonhas
teu riso afastando as sombras
* * *
a pele inapreensível deslizando
cicatrizes por entre olhos e dedos
cicatrizes por entre olhos e dedos
nesta mínima fenda que abre e fecha
passagem entre mãos braços pés e águas
fugitivas
passagem entre mãos braços pés e águas
fugitivas
poucos versos à mão, e sombras em fuga
também teus olhos perdem sóis paisagem
ontem se esquiva à
cicatriz das mãos
à sucessão de corpos deslizando
entre os vazios e beiras de um mergulho
à sucessão de corpos deslizando
entre os vazios e beiras de um mergulho
ponte pênsil, mar me
afogando em sílabas
areia que me escapa
das palavras
os flancos mal
abertos do navio
encalhado na redondez do tempo
encalhado na redondez do tempo
abertas sílabas
desencontradas
ponte pênsil, mar me
afogando em sílabas
praias pedras
biquinha pombas pedras
quebra-mar junto às águas da memória
quebra-mar junto às águas da memória
evaporando-se ante
sonhos e ânsias
areia que me escapa
das palavras
os flancos mal
abertos do navio
encalhado na redondez das sombras
encalhado na redondez das sombras
outros pés mãos na
redondez da fuga
azul do olho em lodo e transparência
azul do olho em lodo e transparência
Naquela época o cinza
ainda não nos esticava os arredores
as mãos sem projeto
ainda não abriam as rotas para dentro
os pés em torta revista
ainda não se retraiam sob o tráfego
o corpo neste complexo
ainda não se desvascularizava inteiro
ainda não nos esticava os arredores
as mãos sem projeto
ainda não abriam as rotas para dentro
os pés em torta revista
ainda não se retraiam sob o tráfego
o corpo neste complexo
ainda não se desvascularizava inteiro
Naquela época entre dores
preocupações e outros cansaços
toda erosão do corpo redescobriu-se
nos lençóis de asfalto
preocupações e outros cansaços
toda erosão do corpo redescobriu-se
nos lençóis de asfalto
Claudio, todo poema é uma paixão, virtual, à luz dos olhos (do leitor). Todo livro de poesia é uma extensão, estação, virtual. Completa-se, concretiza-se ao chegar aos olhos do leitor. Muito obrigado pela divulgação de poemas de O azul versus o cinza. Aquele abraço!
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