sábado, 9 de fevereiro de 2013

09/12/2013



Monteiro Lobato lutou em defesa da exploração do petróleo por empresas nacionais, foi perseguido pela ditadura de Getúlio Vargas e encarcerado no Presídio Tiradentes. Graciliano Ramos, acusado de subversão após a Intentona Comunista, esteve preso na Ilha Grande, onde escreveu Memórias do Cárcere. Jorge Amado -- que assim como Graciliano era militante do Partido Comunista do Brasil -- fez parte da Assembleia Nacional Constituinte de 1946 e apresentou um projeto de lei garantindo plena liberdade religiosa. Carlos Drummond de Andrade, simpatizante do PC e redator de um de seus jornais, escreveu um poema, em plena ditadura militar, em defesa de Nara Leão. Na década de 1970, os poetas e romancistas brasileiros apoiavam os movimentos pela anistia e redemocratização do Brasil. Hoje, nossos autores querem ganhar prêmios, resenhas, viagens ao exterior e contratos com a editora Record ou Companhia das Letras. Nada contra que um escritor deseje reconhecimento e retorno financeiro por seu trabalho. O que é trágico é o afastamento de nossos escritores, artistas e intelectuais da vida política do país, sua indiferença aos acontecimentos, como se vivessem em outro planeta. O resultado dessa triste cumplicidade é que hoje não temos nenhuma influência na sociedade, e não contribuímos em nada para a sua transformação. Isso não é apenas melancólico; chega a dar nojo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário