terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A MAIOR FRAUDE DA POESIA BRASILEIRA



É preciso, às vezes, discordar dos amigos e concordar com os adversários em nome da coerência e da sinceridade. Tenho muitas diferenças de opinião com Ronald Augusto, mas concordo com tudo o que ele diz nesta resenha:

"Restaria avançar uma ou duas ideias sobre a consagração fulminante de Angélica Freitas, afinal, seu percurso poético público abarca apenas cinco anos de atividade. O lastro da simpatia pessoal e profissional; as boas relações com os despachantes dos grupos de mando, tanto do mercado editorial supostamente interessado no fascínio artístico, quanto do jornalismo cultural; os contatos de mútuo prestigiamento que ratificam o traço endogâmico da poesia contemporânea; enfim, esses itens perfeitamente secundários no que concerne à fruição do poema são, de fato, secundários, porém não irrelevantes – principalmente para o caso em tela. E importam ser questionados e referidos aqui como insumos para debates vindouros, justamente porque, ao menos para as circunstâncias atuais, se tornaram mais relevantes ou indispensáveis do que a qualidade estética em si mesma."

O texto integral está na página http://www.sul21.com.br/jornal/2013/02/o-ambiente-literario-e-a-inexistencia-da-poeta-que-era-mulher-de-verdade/

2 comentários:

  1. Em tempo: é óbvio: há espaço para todas as tendências e estilos. Mas, quando essa moça é vendida pela mídia como uma nova marca de sabonete ou de sabão em pó, tipo "Angélica lava mais branco", dá para desconfiar, né? Por qual motivo ela é "a melhor"? Qual é a sua contribuição para a poesia brasileira?

    Podemos seguir o método poundiano, de crítica via comparação: podemos colocar, lado a lado, poemas de Simone Homem de Mello, Marceli Andresa Becker, Adriana Zapparoli e da cria de Carlito Azevedo, para compararmos originalidade temática, vocabulário, sintaxe, imagens, sonoridade... citei essas poetas, e poderia citar dezenas: há MUITA coisa boa na poesia jovem brasileira, e muito mais qualitativa que os Domenecks e Freitas vendidos pelo escritório de marketing Azevedo & Associados.

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  2. Um exemplo da "poesia" (?) da criatura inventada por Azevedo:

    porque uma mulher boa
    é uma mulher limpa
    e se ela é uma mulher limpa
    ela é uma mulher boa

    há milhões, milhões de anos
    pôs-se sobre duas patas
    a mulher era braba e suja
    braba e suja e ladrava

    porque uma mulher braba
    não é uma mulher boa
    e uma mulher boa
    é uma mulher limpa

    há milhões, milhões de anos
    pôs-se sobre duas patas
    não ladra mais, é mansa
    é mansa e boa e limpa

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