É preciso, às
vezes, discordar dos amigos e concordar com os adversários em nome da coerência
e da sinceridade. Tenho muitas diferenças de opinião com Ronald Augusto, mas
concordo com tudo o que ele diz nesta resenha:
"Restaria avançar uma ou duas ideias sobre a
consagração fulminante de Angélica Freitas, afinal, seu percurso poético
público abarca apenas cinco anos de atividade. O lastro da simpatia pessoal e
profissional; as boas relações com os despachantes dos grupos de mando, tanto
do mercado editorial supostamente interessado no fascínio artístico, quanto do
jornalismo cultural; os contatos de mútuo prestigiamento que ratificam o traço
endogâmico da poesia contemporânea; enfim, esses itens perfeitamente
secundários no que concerne à fruição do poema são, de fato, secundários, porém
não irrelevantes – principalmente para o caso em tela. E importam ser
questionados e referidos aqui como insumos para debates vindouros, justamente
porque, ao menos para as circunstâncias atuais, se tornaram mais relevantes ou
indispensáveis do que a qualidade estética em si mesma."
O texto
integral está na
página http://www.sul21.com.br/jornal/2013/02/o-ambiente-literario-e-a-inexistencia-da-poeta-que-era-mulher-de-verdade/
Em tempo: é óbvio: há espaço para todas as tendências e estilos. Mas, quando essa moça é vendida pela mídia como uma nova marca de sabonete ou de sabão em pó, tipo "Angélica lava mais branco", dá para desconfiar, né? Por qual motivo ela é "a melhor"? Qual é a sua contribuição para a poesia brasileira?
ResponderExcluirPodemos seguir o método poundiano, de crítica via comparação: podemos colocar, lado a lado, poemas de Simone Homem de Mello, Marceli Andresa Becker, Adriana Zapparoli e da cria de Carlito Azevedo, para compararmos originalidade temática, vocabulário, sintaxe, imagens, sonoridade... citei essas poetas, e poderia citar dezenas: há MUITA coisa boa na poesia jovem brasileira, e muito mais qualitativa que os Domenecks e Freitas vendidos pelo escritório de marketing Azevedo & Associados.
Um exemplo da "poesia" (?) da criatura inventada por Azevedo:
ResponderExcluirporque uma mulher boa
é uma mulher limpa
e se ela é uma mulher limpa
ela é uma mulher boa
há milhões, milhões de anos
pôs-se sobre duas patas
a mulher era braba e suja
braba e suja e ladrava
porque uma mulher braba
não é uma mulher boa
e uma mulher boa
é uma mulher limpa
há milhões, milhões de anos
pôs-se sobre duas patas
não ladra mais, é mansa
é mansa e boa e limpa