sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

POEMAS DE ANELITO DE OLIVEIRA


TRAÇOS

1.

Escrevo porque sofro,
Todos os sopros – a
Partir de lá, aqui,
Onde desabo – corpo

2.

Se houvesse o absoluta-
Mente absoluto, tudo
Estaria seguro numa
Única mão – sem dedos

3.

Falar em meio, falar
No meio das coisas,
Sem palavras, com as
Coisas, o inaudível

4.

O que estranha-me é
Que não haja entranha,
Que a superfície seja
A face toda no rosto

5.

Quando tiver tempo,
Chegarei a tempo de
Encontrar o que não
Me agrada, quando

  
Anelito de Oliveira (Brasil, 1970), rompendo com quase uma década de silêncio livresco, acaba de lançar Transtorno, Mais que o fogo e A ocorrência – primeiros volumes da série Acontecimentos Criativos, projeto editorial da Orobó Edições que reunirá toda a sua poesia. Estreou com Lama, em 2000, e, em 2004, publicou Três festas A love song as Monk. Criou e editou o jornal Não (1994/95) e a revista Orobó (1997/1999) e dirigiu o Suplemento Literário de Minas Gerais (1999/2003). Estes poemas são inéditos. Contatos: anelitodeoliveira.blogspot.com | anelitodeoliveira@gmail.com | facebook/anelitodeolivei.  

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