: BEATRIZ AIRADA
I
viagem ao congo no rosto de quem
---
há 7 molares.
há 7 escaras.
há 7 haras e cavalos-marinhos.
há 7 picadas de toxina botulínica
e uma melancolia que se arrasta
entre a congada...
que, muitas vezes, nem descreve
nada além do que passa
em conflito,
além da malhada, poesia, além dessa mutilada lírica;
dentro de órgãos complexos
-- olhos, ouvidos,
mãos e cérebros –
há 7 molares.
há 7 escaras.
há 7 haras e cavalos-marinhos.
há 7 picadas de toxina botulínica
e uma melancolia que se arrasta
entre a congada...
que, muitas vezes, nem descreve
nada além do que passa
em conflito,
além da malhada, poesia, além dessa mutilada lírica;
dentro de órgãos complexos
-- olhos, ouvidos,
mãos e cérebros –
II
penumbra, que intersilencia
o estreito, em cama
profunda.
no peito, esse medo, a
pleura e um osso.
ser balanço, cabeça
e pescoço.
o esteio do pescoço... um
toc.
o pânico perseguitório:
- até quando?
III
varizes em taças
dê sorvetes.
fachadas estreitas, de um mundo
em conta-gotas,
de orvalho, florais e floreiras.
as olheiras do alho
desconectam esse dharma.
o convívio com o pensamento
alheio:
rótula, mágoa e mandala.
a tacha em pássaro revolto:
- sua membrana celular...
IV
doenças e cabeça,
entre meadas, em casta de leite.
a cidra, pela manhã, bem cedo,
sussurra um sono ineficiente.
a mesma cisma, o aviso,
quase um apelo: - tente
V.
se o copo de vinho tinto:
energético em aversão
inibidores de recaptação
são serotoninérgicos.
os efeitos do insucesso,
o abuso, da opção: o risco.
VI
sibutramina, constipação,
taquicardia
o aumento da pressão arterial.
na cortina de voal, um
duplo-cego,
multicêntrico, um eco
redigindo os pensamentos
temporários.
VII
medicamentoso:
o surto randomizado
cefaléia, o susto.
na esteatorréia das vozes
abrindo o ovo
de páscoa.
IX
ocupam-se dos neurônios
a noite, a boca seca
e o furo na parede.
ocultos, os vômitos
habitam a tinta,
a textura laranja,
a janela.
X
insônia, a influência estranha
da anfepramona em verso.
obteve êxito,
as paisagens em colchas,
o desenho do nariz
as entranhas de beatriz-
a louca airada,
num copo de suco.
COCATRIZ
enquanto, isto do outono por
todo, lado-outro,
passiflórea, a menina
fazia a pergunta sobre a história, escrita em platibanda. ela trazia o
terror em cócoras,
perseguido por orbiculares de Spathodea (campanulata)
do rosto-balaustre
de lugares, bem distantes ou por lá, isto do outono do
lado-outro, onde a mente em cascata, é decoro é queixume em
palavra,
onde o mítico vem carreado de
flores e hiatos
do fundo do seu anonimato, dum
constante híbrido,
apesar do sincero tempo real em
limbo, lâmina e pecíolo
na petrificação do basilisco...
entre em pessoa semente a
olhando,
não.
tumultue o ambiente, regado a
suco de flores,
e saia da frente do amontoado de
unhas do polvo-gestante
de colmo de fruta,
açafrão-de-outono e coleção de zumu de
um mundo impiedoso... e da pleura
vista por dentro
e pelo entorno, escarra-ouro;
não... ainda que se sin-
ta náusea, logo na curva, entre pérola e safira
reflita...
(Fragmento de Cocatriz, de Adriana Zapparoli)
obrigada claudio!
ResponderExcluirAnônimo 11.11.12
ResponderExcluirAdriana Zappa...,
The Mother of Invention!
F. Slaviero