quarta-feira, 7 de setembro de 2011

ESQUELETOS DO NUNCA (V)


PAISAGEM


Flores amarelas. Sentado no banco do jardim, vejo a dança das três meninas e não escrevo nenhum poema.

(Num setembro qualquer)


METAFÍSICA

Ombro tatuado. Sapatos baixos, escuros. Pele muito clara. Leque madrilenho. Dança de passos breves, curtos, infinitos.

(Idem)


CRASH

Pernas mecânicas. Saia de couro preta. Um mapa da Lua desenhado nas costas, à maneira de cicatriz.

(Refabulando Cronenberg)


GOTHIC

Dama inglesa desoculta olhos nos mamilos. Toda paisagem é uma ficção?

(Refabulando Ken Russell)


RUÍDOS

Flores primitivas, tetas são ruídos na brancura.

(In some place, s/d. )


ONDE

Onde o verde da palavra, onde o asco da palavra, caranguejo devora o espaço em branco da página.

(?)


LIRISMO?

Noite reinventa estrela, estuque, escaravelho: permaneço vivo por uma questão de etiqueta.

(São Paulo, a Horrível)

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