terça-feira, 9 de agosto de 2011

UM POEMA DE AMOS OZ


E tu

Patética,
desesperada,
em yiddish,
......a voz longínqua de uma mulher.
a quem diante dos olhos
esquartejam o filho.

Aos urros,
a mulher.

Depois
um queixume em árabe,
ainda uma mulher
a quem a casa.

Ou o filho.

A sua voz é lancinante,
aterradora.

E tu
que afias um lápis
ou consertas um casaco rasgado.
Podias ao menos
estremecer.

(Traduzido de Seule la mer, versão francesa do romance em verso de Amos Oz, de 1999. Editora Gallimard.)

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