segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

OSSO CANTANTE



Ruídos ásperos
perseguem o tempo;
somos apenas figuras rotas,
moídas pelo medo.

* * *
Com a brutalidade
de um osso cantante.
Com um morto em cada linha,
e uma rosa para cada morto,
ela pergunta aos seus lagartos:
o que existe além da pele?

Mistério algum além da verde céspede numerável até o infinito.

 * * *

Números delineiam as quinas da eternidade.
Mortos bebem dos pulsos
de nossas mãos.
  
* * *

Nenhuma língua é a minha;
este é o motivo de meu desprezo
aos que simulam sinceridade.
  
* * *

Serpe troca de pele com o peixe transmutado em galo,
em sonho, em sombra, em nada.
  
* * *

O Inferno é um vasto dicionário.

s/d 

Nenhum comentário:

Postar um comentário