domingo, 26 de outubro de 2014

POEMA INÉDITO DE CLAUDIO DANIEL



UMA CHAMA QUE COMEÇA NO PUNHO[1]

(Poema para celebrar a vitória de Dilma)

I

estupor,
algo que cresce
por dentro
do punho
até as estrelas;

tinge o céu
noturno
de vermelho,

cor-
tumultuária

ou facho
de luz

com seu dialeto
açafrão,

com sua astúcia
de minério
e de flor.

II

música estranha
que invade
os ossos
e a pele,

se espraia
da nuca
aos tornozelos

COM A MAIS TONITRUANTE EUFORIA,

de fogo-fátuo
ou íbis
totêmico,

amor amarelo
ou explosão
do sol.

Claudio Daniel



[1] O título deste poema é uma linha da narrativa poética Nadja, de André Breton.  

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