Em vídeo, o
jornalista Fernando Rodrigues, à época na Folha de S. Paulo, conta como coletou durante quatro meses dados sobre o esquema de
corrupção envolvendo o governo tucano. Ele garante que as informações seriam
suficientes para que as autoridades tomassem alguma providência. Ninguém foi
sequer investigado
Por Jornal GGN
Fernando Rodrigues, em entrevista
cedida à equipe do documentário O Mercado de Notícias, crava:
existiam, sim, “provas cabais”, denunciadas pela Folha de S. Paulo, da
compra de votos no Congresso para garantir a reeleição do então presidente
Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1997. “Isso era um fato. Vários
jornalistas sabiam. (…) As provas eram incontestáveis. Os deputados diziam [em
conversas gravadas] como recebiam o dinheiro, quem pagou e quanto foi”,
acrescentou.
O jornalista responsável pela
reportagem explica, no vídeo abaixo, como conseguiu juntar as informações que
culminaram em um dos maiores escândalos da gestão de FHC. Segundo Rodrigues, a
estratégia foi entrar em contato com os deputados que demonstravam ter mais
caráter e que possivelmente não entrariam no esquema e pedir que eles gravassem
as reuniões com os demais parlamentares. Esse processo levou quatro meses para
ser concluído, mas resultou, de acordo com Fernandes, em uma coleta de dados
que seriam o bastante para que as autoridades tomassem alguma providência.
“O que era necessário na época
era que se abrisse um inquérito e um processo na Procuradoria-Geral da
República. Mas a CPI não foi instaurada, pois a iniciativa da oposição foi
abafada. Os deputados envolvidos imediatamente renunciaram ao mandato e
desapareceram”, lembrou Rodrigues. Poucos meses depois de ajudar a enterrar a
CPI, o PMDB conseguiu emplacar dois ministros no primeiro escalão de FHC: Iris
Rezende, que virou titular da Justiça, e Eliseu Padilha, dos Transportes. “O
procurador-geral de Justiça, Geraldo Brindeiro, disse que não havia indícios de
nada e não abriu inquérito. Indícios não tinha, mesmo. Tinham provas!”
Do Blog da Cidadania: FHC “combateu corrupção” tentando pôr “engavetador” no STF
Apontar ganhador no debate da
Record entre Dilma e Aécio no último domingo depende da filiação ou da simpatia
partidária de cada um. Claro que cada lado terá seus argumentos sobre o que
disse seu candidato para que fosse vencedor, mas, para o eleitor indeciso – que
é o alvo dos debates e das campanhas neste momento –, não deve ter havido
vencedor.
Este Blog, porém, tem opinião
sobre o que viu. E, de tudo que foi visto, recolheu ao menos uma informação
eloquente para que o leitor enxergue melhor quem se opõe a Dilma.
A numeralha e os termos técnicos
são absolutamente inacessíveis para a população em geral. Isso sem falar
que Aécio usa mentiras. Por exemplo, ao dizer que todos os indicadores sociais
do Brasil vêm caindo. É mentira, vêm subindo há mais de uma década. Mas o
tucano não pretende falar a verdade; seu objetivo é dar ares de verdade às
próprias mentiras.
Aécio afirmou que Dilma não tem
responsabilidade por investigações de corrupção, de modo que as milhares de
operações da PF nos governos dela e de Lula, por exemplo, não seriam mérito dos
dois. Mentiu de novo.
Sim, o governo pode permitir ou
bloquear investigações. Como Dilma lembra sempre, no governo FHC chegava-se a
transferir delegados da PF que investigavam “mais do que deviam”. E, ao nomear
o primo do vice-presidente Marco Maciel como Procurador Geral da República, o
ex-presidente tucano agiu para impedir “problemas” com o único órgão que
poderia investigá-lo.
Contudo, além de manter um único
procurador-geral da República em seu governo de 8 anos, e ainda um PGR que era
parente de seu vice, FHC ainda tentou resguardar-se contra problemas futuros
com a lei, pois nem ele acreditava que Lula assumiria e colocaria uma pedra
sobre o passado.
Poucos se lembram disso, mas FHC
tentou colocar no Supremo Tribunal Federal o homem que, durante oito longos
anos, tratou de impedir toda e qualquer investigação sobre o governo federal, à
diferença do que fariam Lula e, depois, Dilma, os quais nomearam para a
Procuradoria sempre o nome indicado pelo Ministério Público.
E, repito, foram 3 PGR’s em 8
anos de Lula e 2 em 4 anos de Dilma contra 1 durante os 8 anos de FHC. É assim,
como Lula e Dilma, que se combate a corrupção; é assim, como FHC, que se impede
investigações de corrupção.
O ex-procurador-geral da
República de FHC, Geraldo Brindeiro, primo do então vice-presidente Marco
Maciel, livrou a cara de FHC várias vezes. Uma delas foi no caso da compra de
votos para a reeleição do tucano, que o jornalista da Folha de SP Fernando
Rodrigues considerou que foi inquestionavelmente corrupção envolvendo o governo
tucano.
Veja, abaixo, vídeo em que Rodrigues fala
sobre o caso.
Alguém foi sequer processado?
Houve investigação? Nenhuma. Sabe por que, leitor? Porque FHC impediu. Ou melhor,
o despachante que pôs na Procuradoria impediu.
O caso ao qual você viu o
repórter da Folha se referir foi sumariamente engavetado por Geraldo Brindeiro.
Se tivéssemos uma Procuradoria como as de Lula e Dilma, talvez o ex-presidente
tucano estivesse saindo hoje da cadeia.
Devido a tão bons serviços
prestados por Brindeiro, FHC tratou de tentar colocá-lo no STF, além de ter
colocado Gilmar Mendes pouco antes para fazer o servicinho que vem fazendo para
o PSDB ao longo dos anos. Porém, o tucano não conseguiu. Com a derrota de Serra
para Lula, FHC tornou-se um “lame duck” e não teve força para dar sobrevida ao
seu engavetador.
Abaixo, matéria do jornal O
Estado de São Paulo de 2 de setembro de 2002 que mostra a manobra que FHC
tentou para prolongar a vida útil do engavetador-geral da República, quem, ao
lado de uma Polícia Federal manietada, impediu que qualquer das muitas
falcatruas daquele governo fosse investigada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário