segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O QUE FOI A PRIVATARIA TUCANA (PENSE NISTO ANTES DE VOTAR)



“Em 1996, a Companhia Vale do Rio Doce estava na lista das empresas a serem privatizadas, mas a descoberta de uma jazida de ouro no Pará ameaçava melar a futura negociação. Ficaria mais difícil torrar a segunda mineradora do mundo com 40 empresas e faturamento de US$ 2 bilhões / ano. Entrevistado, Serra mandou seu recado:

— A descoberta dessa mina não altera em nada o processo de privatização. Só o preço poderá ser maior – avisou o ministro do Planejamento de FHC.

(...)

 “O controle acionário da Vale foi vendido em maio de 1997, com direito a financiamento oficial subsidiado aos compradores e uso de moedas podres. Custou a bagatela de US$ 3,3 bilhões. Hoje, o mercado lhe atribui preço 60 vezes maior, ou seja, rondando os US$ 200 bilhões. A companhia foi privatizada de forma perversa, atribuindo-se valor zero às suas imensas reservas de minério de ferro, capazes de suprir a demanda mundial por 400 anos.”


“Na privatização da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), dos R$ 1,05 bilhão pagos pela maior siderúrgica da América latina e marco da industrialização nacional no pós-guerra, R$ 1 bilhão era formado por moedas podres. Nos cofres públicos só ingressaram, de verdade, R$ 38 milhões... e como se o incrível habitasse o inacreditável, as moedas podres foram leiloadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDS. Nesta matrioshka na qual as aberrações brotam uma a uma do interior da outra, o BNDS ainda financiou a aquisição das moedas podres com prazo de 12 anos para pagá-las.”


“Na privatização da Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa), o governo de São Paulo, sob o PSDB de Mário Covas, demitiu dez mil funcionários e assumiu a responsabilidade pelos 50 mil aposentados da ferrovia! No Rio, o também tucano Marcelo Alencar realizou proeza maior: vendeu o BANERJ para o Itaú por R$ 330 milhões, mas antes da privatização demitiu 6,2 mil dos 12 mil funcionários do banco estadual.”


“O resultado disso é que, em dezembro de 1998, quando já haviam sido leiloadas grandes empresas como Vale, Embraer, Usiminas, Copesul, CSN, Light, Acesita e as ferrovias, havia um descompasso entre a expectativa e realidade. Enquanto o governo FHC afirmava ter arrecadado R$ 85,2 bilhões no processo, o jornalista Aloysio Biondi publicava no seu best-seller O Brasil privatizado que o país pagara para vender suas estatais. Este pagamento atingira R$ 87,6 bilhões, portanto R$ 2,4 bilhões A MAIS do que recebera.”

(Amaury Jr., em A PRIVATARIA TUCANA)

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