domingo, 10 de junho de 2012

UM POEMA DE ALBANO MARTINS


I

Para o Museu do Homem

1.

O tempo é uma pedra
amadurecida ao sol
das mãos, uma raiz
de gengibre germinando
no escuro.
Omnipresente,
a noite vela
o sono das sementes
e das larvas.

2.


E o homem, então,
olhou em seu redor
e disse
às árvores: eu sou
a folha maior.
E as aves
do crepúsculo fizeram
ninho na sua boca.



II

Um leopardo
azul me conduz
pelo dorso da noite.



III

Esta é a margem
do azul. Nenhum
outro limite
reconheço ao sangue

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