“Penso
que a publicação desta carta deve ser acompanhada de uma nota explicando que se
trata do agradecimento do Pedro Xisto ao envio do meu livro IDEOGRAMAS que eu
lhe enviara por indicação do Haroldo de Campos, em 1962. Este meu livro é
constituído por 29 poemas concretos originais meus, publicados sem qualquer
nota introdutória ou explicativa, na Coleção Poesia e Verdade da Guimarães
Editora, que nessa época era a melhor editora de poesia em Portugal. O livro
esgotou rapidamente e hoje eu não tenho sequer um exemplar embora todos os
poemas estejam incluídos no livro "Visão Visual", publicado pela Francisco
Alves do Rio de Janeiro em 1994. A carta de Pedro Xisto com duas páginas
é uma extraordinária leitura inventiva/interpretativa dos poemas que constituem
o meu livro e que funciona como um verdadeiro novo poema complexo! Só
mais tarde , em 1966, quando vim pela primeira vez ao Brasil e a São Paulo, é
que conheci pessoalmente o Pedro Xisto e com ele falei sobre o Haikai. Quando
regressei a Lisboa levei comigo alguns poemas inéditos do Pedro Xisto que
foram publicados no nº 2 da Revista de Poesia Experimental (1966) e no nº 1 da
revista Operação ( 1967), de minha iniciativa. Hoje esta carta é um
documento verdadeiramente notável e único, nas relações poéticas entre Portugal
e Brasil, nesses anos de 60!”
E.
M. de Melo e Castro
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