DOS MEUS NAUFRÁGIOS ME VISTO
1.
Um corpete de bronze ergue
cada osso fraturado.
O veludo se integra aos vãos
e ao que ainda me arrisco.
A saia em cada prega
ousa mais atrevida
como espada prestes a
fundir-se em meio à carne
como doida despedida.
As meias se tecem rentes
são cristais de derme.
Se arrastam como ciprestes
devoram as dobras da pele
agarram e sobem na noite
a desejar o mais
que a consente.
Penetrar o labirinto e perder-se
permito. Nos meus naufrágios
me assisto.
2.
Um corpete de bronze tece
um veludo fraturado,
crista de ossos rente
à pele como dente
de desejo inaugurado.
Trama de pele e bronze
corpo de dentes ergue
à pele o desejo osso
só veludo quando sente.
E sente quando encorpa
sua sede pele adentro,
cria nos ossos a derme
cristal carne e desejo.
Mas a pele rompe fria
- osso em corpo -
exígua, exata,
de nenhuma se tinge
e naufraga.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
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Valeu, Claudio! Obrigada por publicar! Bjs.
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