Vestindo as nuvens órfãs, Esticando a pedra eterna, Dando às fontes de beber, Eu consagrei o universo.
Alimentei até os sonhos, Dialoguei com a esfinge móvel, Fiz florescer o deserto. Quando vi, não era nada, Me apalpei, formas se riam Fugindo ao meu esqueleto.
Foi então que vi o amor Colado aos braços da morte Montar no cavalo azul: A solidão sem ornatos Me apresentou a mim mesmo.
Claudio Daniel é poeta, romancista, crítico literário e professor de literatura. Nasceu em 1962, na cidade de São Paulo (SP). Cursou o mestrado e o doutorado em Literatura Portuguesa na Universidade de São Paulo (USP). Realizou o pós-doutoramento em Teoria Literária pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É praticante de artes marciais japonesas -- Kenjutsu (a arte da espada samurai), Bojutsu (a arte do bastão longo) e Karatê.Foi diretor adjunto da Casa das Rosas, Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, curador de Literatura no Centro Cultural São Paulo e colunista da revista CULT. Atualmente, Claudio Daniel é editor da revista impressa GROU Cultura e Arte e ministra aulas online de criação literária no Laboratório de Criação Poética. Publicou diversos livros de poesia, ensaio e ficção, entre eles Cadernos bestiais: breviário da tragédia brasileira, Portão 7, Marabô Obatalá, Sete olhos e outros poemas e Dialeto açafrão (sob a lua de Gaza), todos de poesia, o livro de contos Romanceiro de Dona Virgo e os romances Mojubá e A casa das encantadas.
Psicografando um Murilo Mendes...
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Vestindo as nuvens órfãs,
Esticando a pedra eterna,
Dando às fontes de beber,
Eu consagrei o universo.
Alimentei até os sonhos,
Dialoguei com a esfinge móvel,
Fiz florescer o deserto.
Quando vi, não era nada,
Me apalpei, formas se riam
Fugindo ao meu esqueleto.
Foi então que vi o amor
Colado aos braços da morte
Montar no cavalo azul:
A solidão sem ornatos
Me apresentou a mim mesmo.