sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

ORIKI DE IANSÃ




Oiá vem
com o vento
vem e revém
mãe do meu
pensamento.
Faz a pedra
flutuar.
Escreve
na folha
palavras
de vento.
Mulher-leopardo
faz amor
amar
e medo
sentir medo.
Come pimenta
vermelha.
Dança com pés
vermelhos.
Olha com olhos
vermelhos –
como se
quebrasse
cabeças.
Mulher-leopardo
– aquela
que vem
dançando
aquela
que vem
dança-dançando
aquela
que vem
dança-noite-dançando.
Oiá ô!
Tira tripa
do mentiroso.
Fura olho
do preguiçoso.
Mãe do meu
pensamento
não me queime
com o sol
da sua mão.
Afefê Ikú Funã
aquela-
que carrega
o-chifre-
de-búfalo
e-dança-
no-cemitério-
coberta-
de-cinzas-
dissipa meu tormento.
Eparipá – Oiá ô!

2015

2 comentários:

  1. Asè minha mãe.
    Maravilhoso poema.

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  2. Eita poema mais arretado de porreta.
    Parabéns Professor.
    Dora Dimolitsas

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