água madura saturando em âmbar
água-ouro (vinagre do sol)
pedra almiscarada intenta num galope
a cigarra seu mantra marrom
aranhas pálidas num rebanho
o olho tonto do gerânio
nuvens cegas, às manadas
(marradas-relâmpago)
* * *
gualde amarelo amarelo andante em verde
partitura oscilante das flores o vento
(ralento até o silêncio)
mas ouça: na lousa da noite
os grilos vão deixando reticências
***
há uma prata indecisa na copa destas árvores
há um lalique que — diáfano — cola às asas
da borboleta
há um grilo que retine
sílabas
às estrelas
(Poemas do livro Zona de sombra. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1997)
domingo, 12 de abril de 2009
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