CONTRA A ENTRANHA
Contra a entranha —
multiplica o medo
no borrão desfigurado;
unhas enegrecidas,
maxilares arrancados,
miuçalha de carcaças.
Nenhuma língua enterrada
na fossa onde caranguejos
copulam com capulhos;
mistério ou talvez corrosão
de ácidos na decapagem
para a despossessão de tudo.
Retrátil, contra teu sangue,
a exaustão do que esfiapa
o símile do pensamento.
Esta pele, tua pele, nenhuma pele:
tudo é número e o número
é legião; meu nome é legião.
(Poema escrito por ocasião dos 50 anos do golpe de 01 de abril de 1964.)
Contra a entranha —
multiplica o medo
no borrão desfigurado;
unhas enegrecidas,
maxilares arrancados,
miuçalha de carcaças.
Nenhuma língua enterrada
na fossa onde caranguejos
copulam com capulhos;
mistério ou talvez corrosão
de ácidos na decapagem
para a despossessão de tudo.
Retrátil, contra teu sangue,
a exaustão do que esfiapa
o símile do pensamento.
Esta pele, tua pele, nenhuma pele:
tudo é número e o número
é legião; meu nome é legião.
(Poema escrito por ocasião dos 50 anos do golpe de 01 de abril de 1964.)
Esta pele, tua pele, nenhuma pele: a pele uma ruína indecifrável porque apagada. Parafraseando Benjamin: Como acordar os vivos se eles são incapazes de encontrar-se na história? Desviscerando o passado recente este seu belo poema, Claudio.
ResponderExcluirEsta pele, tua pele, nenhuma pele: a pele uma ruína indecifrável porque apagada. Parafraseando Benjamin: Como acordar os vivos se eles são incapazes de encontrar-se na história? Desviscerando o passado recente este seu belo poema, Claudio.
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