A burguesia brasileira já nasceu associada ao latifúndio e ao grande capital internacional. Ela soube conviver com a monarquia, a escravidão, as oligarquias rurais e por fim com a ditadura militar, que financiou e apoiou desde o início. Sua incompetência é histórica: foi incapaz de realizar uma revolução democrática nos moldes das grandes revoluções européias, preferindo sempre firmar pactos com outros setores hegemônicos para transições conservadoras que mantiveram intactos o latifúndio e os privilégios das minorias. A república burguesa no Brasil privou as mulheres, os negros, os pobres e analfabetos de seus de direitos políticos (incluindo o direito de voto) até o curto período democrático de 1945 e 1964, e manteve a mulher em posição de segunda classe no Código Civil até a redemocratização do país, na década de 1980 (antes, a mulher era considerada, na legislação em vigor, “relativamente incapaz”, ao lado dos índios, das crianças e dos doentes mentais). Hoje, essa mesma burguesia, que sempre se acovardou frente ao capital internacional, resgata os mais toscos preconceitos possíveis – contra negros, pobres, nordestinos, homossexuais – e usa os meios de comunicação e o poder judiciário numa cruzada reacionária, para tentar frear as mudanças sociais ocorridas nos últimos dez anos, com Lula e Dilma. Ela não tem nenhum projeto de país – nunca teve --, não tem propostas, nem mesmo uma ideologia clara, além da enfática defesa do lucro desmedido e da exclusão social. Uma classe tão medíocre, tão mesquinha, tão covarde, merecerá o destino que a história lhe reserva.
domingo, 26 de janeiro de 2014
CONFISSÕES INCONFESSÁVEIS
A burguesia brasileira já nasceu associada ao latifúndio e ao grande capital internacional. Ela soube conviver com a monarquia, a escravidão, as oligarquias rurais e por fim com a ditadura militar, que financiou e apoiou desde o início. Sua incompetência é histórica: foi incapaz de realizar uma revolução democrática nos moldes das grandes revoluções européias, preferindo sempre firmar pactos com outros setores hegemônicos para transições conservadoras que mantiveram intactos o latifúndio e os privilégios das minorias. A república burguesa no Brasil privou as mulheres, os negros, os pobres e analfabetos de seus de direitos políticos (incluindo o direito de voto) até o curto período democrático de 1945 e 1964, e manteve a mulher em posição de segunda classe no Código Civil até a redemocratização do país, na década de 1980 (antes, a mulher era considerada, na legislação em vigor, “relativamente incapaz”, ao lado dos índios, das crianças e dos doentes mentais). Hoje, essa mesma burguesia, que sempre se acovardou frente ao capital internacional, resgata os mais toscos preconceitos possíveis – contra negros, pobres, nordestinos, homossexuais – e usa os meios de comunicação e o poder judiciário numa cruzada reacionária, para tentar frear as mudanças sociais ocorridas nos últimos dez anos, com Lula e Dilma. Ela não tem nenhum projeto de país – nunca teve --, não tem propostas, nem mesmo uma ideologia clara, além da enfática defesa do lucro desmedido e da exclusão social. Uma classe tão medíocre, tão mesquinha, tão covarde, merecerá o destino que a história lhe reserva.
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