Claudio Daniel
A Palestina é uma civilização milenar que apresenta uma rica e variada cultura. A mesquita de Al Aqsa, construída entre os séculos VIII e XI, apresenta uma cúpula folheada a ouro e é um dos mais belos exemplos da arquitetura islâmica. A música e a dança palestinas também se destacam no panorama da cultura árabe, sendo famosa a dança conhecida como dabke, mas a poesia palestina é talvez a manifestação artística mais conhecida desse país no Ocidente, graças à obra de autores como Mahmoud Darwish (1941-2008), considerado por alguns críticos como o principal poeta de língua árabe do século XX. Desde o início de sua história, a Palestina sofreu a invasão de outros povos e a ocupação de seu território por romanos, egípcios, persas, otomanos, ingleses e, a partir de 1948, por imigrantes sionistas europeus, que estabeleceram o Estado de Israel. Após a guerra de 1949, todo o antigo território palestino foi ocupado por Israel, o que levou 750 mil palestinos para o exílio, fato histórico conhecido como Nakba (“catástrofe”, em árabe). Hoje, cerca de 5 milhões de palestinos vivem no exílio, proibidos por Israel de retornarem a suas terras e lares, e outros 4,5 milhões vivem nos territórios de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, que a Autoridade Nacional Palestina reivindica para a formação de um Estado Palestino soberano. A presente exposição de fotos e poemas – Palestina: a ferida aberta pretende mostrar um pouco desse país ainda pouco conhecido pelos brasileiros, com imagens de sua arquitetura, vestimentas típicas, cenas do cotidiano e também de sua resistência à ocupação, que já dura mais de seis décadas. A exposição acontece no aniversário de 30 anos do massacre de 3,5 mil civis palestinos nos campos de refugiados de Sabra e Chatila, no Líbano, realizado por milícias direitistas libanesas, com o apoio logístico de Israel, cujo exército ocupava o país.
Dedicamos esta exposição a todas as vítimas da ocupação dos territórios palestinos, à memória da ativista norte-americana Rachel Corrie (1979-2003) e àqueles que lutam, nos dias de hoje, pela justiça e pela paz.
A exposição Palestina: a ferida aberta é organizada pelo Comitê pelo Estado da Palestina Já, Fepal – Federação Árabe Palestina, Bibliaspa -- Centro de Pesquisa América do Sul - Países Árabes e Zunái, Revista de Poesia e Debates.
ONDE: Biblioteca Alceu Amoroso Lima, localizada na Av. Schaumann, 777, próximo à Praça Benedito Calixto, São Paulo (SP).
HORÁRIOS: de terça a sábado, das 10h às 19h.
Entrada franca.
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