O
Brasil viveu o período mais macabro de sua história nos últimos seis anos; em
2022, retomamos a esperança, com a eleição de Lula para presidente.
Apenas
este fato já valeu por todo o ano.
Na
América Latina, tivemos vitórias eleitorais da esquerda e centro-esquerda no
Chile, Colômbia e outros países, mas
sofremos um golpe de estado no Peru e a condenação lavajatista da companheira
Cristina Kirchner na Argentina.
A
América Latina está polarizada e os conflitos, não apenas eleitorais, devem se
agravar nos próximos anos.
Na
Europa, os Estados Unidos e a OTAN movem uma guerra por procuração contra a
Rússia no território ucraniano, enquanto na Ásia e no Oriente Médio crescem as
provocações militares contra a China, a Coreia do Norte e o Irã.
Os
EUA tentam, desesperadamente, impor a sua hegemonia em todo o planeta, mas o rápido crescimento econômico e militar
da China e o fortalecimento dos Brics, com o retorno do Brasil ao campo
multipolar, indicam a inevitável decadência e queda do Império nos próximos
anos e décadas.
Perdemos
Gal Costa, uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, e o que há de melhor na música
popular brasileira ainda são os artistas da geração dos anos 1960 – Chico Buarque,
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Maria
Bethânia, todos na faixa dos 80 anos de idade.
No
plano pessoal, algumas conquistas e perdas: recebi o grau de shodan (faixa-preta)
em Kenbu Tenshin-ryu, uma das modalidades da arte da espada japonesa; abandonei o curso de instrutores de Tai Chi
Chuan, por discordar do bolsonarismo atuante na Sociedade Brasileira de Tai Chi
Chuan; voltei a praticar Bojutsu, a arte do bastão longo japonês, com o sensei
Rubens Espinoza, iniciai a prática do Kinomichi, arte corporal derivada do
Aikidô, e retornei às sessões de zazen, a meditação zen-budista, no Templo
Busshinji, da Comunidade Budista Soto zenshu, na Liberdade.
Publiquei
dois livros de poesia, Sete olhos & Outros poemas, pela editora Córrego, e
Cantigas do Luaréu, pela Arribaçã; iniciei o meu terceiro romance, Janaína, e
escrevi alguns poucos poemas novos. Prefaciei
– e participei, com dois poemas – da antologia Uma festa de pão e rosas, dedicada
ao centenário do Partido Comunista do Brasil, e publiquei, na Zunái, textos relativos
aos 100 anos da Semana de Arte Moderna, duas datas importantes neste ano em que
também recordamos o centenário da publicação do Ulisses, de James Joyce, da
Terra devastada, de T. S. Eliot, de Trilce, de Vallejo, e de outras obras
capitais da literatura universal.
Criei
o Banquete – Jornal de Resenhas e Crítica Literária; publiquei poemas na revista Bric a Brac e em
algumas outras revistas nacionais e estrangeiras. E continuo ministrando cursos
online no Laboratório de Criação Poética, o que me permite um rico diálogo com
meus alunos e alunas, que considero meus amigos e parceiros nesse crime chamado
Poesia.
Em
casa, todos bem; adotamos a gatinha Lilith, no início do ano, para fazer companhia
ao Simon; Bibi fez 16 anos e completou o ensino médio; e Scheila continua a ser
a mulher mais maravilhosa do mundo, companheira para a vida inteira. Acho que é
tudo o que tenho a dizer.
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