"Entre os lançamentos de fim de ano da Cosac Naify estará Roça Barroca, da poeta e tradutora Josely Vianna Baptista, que reúne num só volume o mito poético da criação do mundo dos Mbyá-guarani, integrantes do grupo Tupi, e poemas da autora - inspirados no seu contato com a cultura ameríndia. O livro terá prefácio assinado pelo paraguaio Augusto Roa Bastos, um texto da autora sobre a mitologia guarani e generosas notas às traduções (os poemas indígenas serão bilíngues, português-guarani). Para sua realização, a obra contou com o apoio do Programa Petrobras Cultural." (Nota publicada ontem no caderno Sabático, do jornal O Estado de S. Paulo.)
domingo, 30 de outubro de 2011
sábado, 29 de outubro de 2011
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
UM POEMA DE ANTÔNIO RAMOS ROSA
A PALAVRA
A palavra é uma estátua submersa, um leopardo
que estremece em escuros bosques, uma anémona
sobre uma cabeleira. Por vezes é uma estrela
... que projecta a sua sombra sobre um torso.
Ei-la sem destino no clamor da noite,
cega e nua, mas vibrante de desejo
como uma magnólia molhada. Rápida é a boca
que apenas aflora os raios de uma outra luz.
Toco-lhe os subtis tornozelos, os cabelos ardentes
e vejo uma água límpida numa concha marinha.
É sempre um corpo amante e fugidio
que canta num mar musical o sangue das vogais.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
DIÁRIO DE UM VIAJANTE (II)
Caros, o III Festival Internacional de Poesia de Santo Domingo foi uma experiência maravilhosa. Os recitais aconteceram em vários bairros e cidades próximas, em escolas públicas, teatros, praças, universidades, estações de metrô. Não foi um evento fechado dentro de uma instituição, mas uma intervenção cultural em movimento. Este conceito de festival, em minha opinião, é mais generoso, dinâmico, democrático, se faz presente na comunidade, facilitando o acesso do público à poesia contemporânea. O festival reuniu poetas do Brasil, Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Chile, México, Guatemala, Peru, Paraguai, Uruguai e Haiti. Senti falta de mesas de debate para a reflexão crítica sobre a poesia atual e o tempo em que vivemos. Fica registrada a sugestão para as próximas edições do evento. Os poetas precisam estar mais presentes na sociedade, não apenas como artistas, mas também como intelectuais, pessoas que têm opinião e se manifestam sobre os acontecimentos de nossa época. Não podemos nos dar ao luxo de ficarmos indiferentes ou "neutros" frente à barbárie.
* * *
O poeta nacional da República Dominicana é Manuel de Cabral (1907-1999), considerado um "poeta social", que abordou temas existencias, políticos e metafísicos. Ele também abordou a herança cultural afrocaribenha, como Nicolas Guillén. É um bom poeta, espero traduzi-lo um dia. Ganhei de presente suas obras completas, reunidas no volume Permanecia inmaterial (Ediciones de Cultura, 2011), e a plaquete Poemas de Manuel de Cabral para leer en el metro, com tiragem de 5.000 exemplares, distribuídos em vagões e estações de metrô durante o festival.
* * *
O poeta nacional da República Dominicana é Manuel de Cabral (1907-1999), considerado um "poeta social", que abordou temas existencias, políticos e metafísicos. Ele também abordou a herança cultural afrocaribenha, como Nicolas Guillén. É um bom poeta, espero traduzi-lo um dia. Ganhei de presente suas obras completas, reunidas no volume Permanecia inmaterial (Ediciones de Cultura, 2011), e a plaquete Poemas de Manuel de Cabral para leer en el metro, com tiragem de 5.000 exemplares, distribuídos em vagões e estações de metrô durante o festival.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
DIÁRIO DE UM VIAJANTE
Caros, entre os dias 18 e 22 de outubro estarei participando do Festival Internacional de Poesía de Santo Domingo, na República Dominicana! Quais livros levarei na mala? Flores das flores do mal, de Baudelaire, A voz dos botequins e outros poemas, de Verlaine, Poetas de França, todos traduzidos por Guilherme de Almeida, e ainda Três tragédias gregas, volume organizado por Trajano Vieira, que inclui a tradução que Guilherme de Almeida fez da Antígona. Quando puder, contarei novidades aqui, ok?
Besos,
Cld.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
ESQUELETOS DO NUNCA (VII)
CONFISSÃO
No apodrecer de mim, caranguejos copulam em minhas órbitas.
(Mademoiselle Mélancolie)
PALAVRA INCÓGNITA
I
Replicando cacos, desentranhado, com fome de lobo: indecifra-me, desatina-me, desvirtua-me, desacerta-me, escurece-me, ilumina-me.
II
Aracnídea, tantaliza-me.
(Do Pequeno Tratado de Intertextualidade)
RIMBAUD, MON FRÈRE
“Oisive jeunesse / A tout asservie / Par délicatesse / J’ai perdu ma vie”. O comércio na Abissínia foi um esplendido disfarce para o retorno ao anonimato.
(Madame Désolation)
LA ISLA
Pianos em toda parte. A ilha é tão musical. Lezama Lima contava os fragmentos da noite, enquanto Minerva definia o mar. Que viva Cuba, hombre!
(Havana Sobrenatural)
AL-NAKBA
Feras aladas relincham, relincham (oh filha de Jerusalém!), enquanto se espalham cabeças.
(Ethos, 2007)
No apodrecer de mim, caranguejos copulam em minhas órbitas.
(Mademoiselle Mélancolie)
PALAVRA INCÓGNITA
I
Replicando cacos, desentranhado, com fome de lobo: indecifra-me, desatina-me, desvirtua-me, desacerta-me, escurece-me, ilumina-me.
II
Aracnídea, tantaliza-me.
(Do Pequeno Tratado de Intertextualidade)
RIMBAUD, MON FRÈRE
“Oisive jeunesse / A tout asservie / Par délicatesse / J’ai perdu ma vie”. O comércio na Abissínia foi um esplendido disfarce para o retorno ao anonimato.
(Madame Désolation)
LA ISLA
Pianos em toda parte. A ilha é tão musical. Lezama Lima contava os fragmentos da noite, enquanto Minerva definia o mar. Que viva Cuba, hombre!
(Havana Sobrenatural)
AL-NAKBA
Feras aladas relincham, relincham (oh filha de Jerusalém!), enquanto se espalham cabeças.
(Ethos, 2007)
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
SOBRE A ESCOLA DO RESSENTIMENTO
O bom crítico literário, para Ezra Pound, é o que discute a obra, não o autor. Crítica é reflexão inteligente sobre processos criativos, não mero exercício de ironia, sarcasmo, narcisismo ou ressentimento. Crítica literária é um modo de ler e pensar os textos, como interpretação e intervenção cultural (que começa com os critérios de escolha das obras). Crítica voltada à demolição pura e simples dos textos discutidos, sem qualquer outro objetivo em vista, é algo que não pertence à categoria do pensamento analítico, e sim aos anais da psiquiatria.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
NOITE ESPANHOLA NO CENTRO CULTURAL SÃO PAULO
Poesia dos 4 Cantos é uma atividade mensal dedicada à divulgação da poesia internacional, em um formato que inclui a leitura com danças e músicas típicas de cada país, nos intervalos das leituras. No dia 13 de outubro, às 20h30, acontecerá a Noite Espanhola com Lélia Maria Romero, que fará a leitura de autores clássicos e contemporâneos da Espanha, com a participação dos músicos e dançarinas do Grupo Mundano "El Trio".
(Foto: Milene Muñoz)
Entrada franca - sem necessidade de retirada de ingressos
Praça das Bibliotecas do Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro, n. 1.000
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
POETAS DE CABECEIRA: FEDERICO GARCIA LORCA
No dia 07 de outubro, sexta-feira, às 19h30, será realizada uma palestra de Raquel Naveira sobre o poeta espanhol Federico Garcia Lorca, dentro do ciclo mensal Poetas de Cabeceira.
Entrada franca - sem necessidade de retirada de ingressos.
Local: Sala de Debates do Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro, 1.000 (próximo à estação de metrô Vergueiro)
Atenção: Haverá interpretação em Libras.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
ZUNÁI, REVISTA DE POESIA E DEBATES
Ano VI, edição XXIII, outubro de 2011
A frágil luz que nos espera (sobre Paul Celan), Maria João Cantinho
A transcriação de Haroldo de Campos e a identidade nacional, Geovanna Marcela da Silva Guimarães
Sorpresas sin fin: revistas de poesía brasileñas y lógicas culturales 60 / 00, Charles A. Perrone
O trágico em Mário de Sá-Carneiro, João Mota
Galeria: exposição virtual de Regina Silveira
Entrevista: Uma conversa com David Toscana
Opinião: Estado da Palestina Já!
Poemas de Reynaldo Jiménez, Estrela Leminski, Marcelo Ariel, Beatriz Bajo, Rubens Jardim, Edson Bueno de Camargo
Mostra da poesia atual de Moçambique
Zunái, Revista de Poesia & Debates: www.revistazunai.com.
Preço: Inefável; inconcebível.
Onde encontrar: no ciberespaço, essa “Gran Cualquierparte” (Vallejo).
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