a) A virtude é a mãe do vício conforme se sabe;
acabe logo comigo
Ou se acabe.
b) A virtude é o próprio vício – conforme se sabe – estão no fim, no início da chave.
c) Chuva da virtude, o vício, conforme se sabe;
e nela propriamente que eu me ligo, nem disco nem filme:
nada, amizade. Chuvas de virtudes: chaves.
d (amar-te / a morte / morrer:
há urubus no telhado e a carne-seca
é servida: um escorpião encravado
na sua própria ferida, não escapa; só escapo
pela porta da saída).
e) A virtude, a mãe do vício
como eu tenho vinte dedos,
ainda, e ainda é cedo:
você olha nos meus olhos
mas não vê nada, se lembra?
f) A virtude
mais o vício: início da
MINHA
transa. Início fácil, termino:
“como dois e dois são cinco”
Como Deus é precipício,
Durma,
e nem com Deus no hospício
(durma), o hospício
é refúgio. Fuja.
(Do livro Torquatália – Do lado de dentro, organizado por Paulo Roberto Pires. Rio de Janeiro: ed. Rocco, 2003.)
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