segunda-feira, 24 de junho de 2024

NITYANANDA


 








Ele,

o louco!

Ele, o louco

de amor!

Ele,

que é dois:

o amor

e o Amado.

Ele,

que é dois:

o dançarino

e a dança.

Ele-Aquele

cujos pés

brilham

rebrilham

como milhares

de luas

e sóis.

Presto

reverências

ao Senhor

Nityananda!

Ele-Aquele,

o de pele

vermelho-

dourada.

Ele-o-Outro,

cujo pescoço

é untado

com polpa

de sândalo.

Presto

reverências

ao Senhor

Nityananda!

Ele-Aquele-o-Outro,

que sempre canta

os nomes

de Radha

e Krishna!

Por favor, escutai

minhas poucas

palavras.

Minha mente

é louca, louca!

Ela se move

como um peixe,

na água, oscila

de um lado

a outro,

não tem paz!

Minha mente

é louca, louca!

Ela corre-corre

como o elefante

na floresta,

não tem paz.

É tão difícil

viver neste mundo

com a mente

descontrolada!

Por isso, presto

reverências

ao Senhor

Nityananda!

Ele-Aquele-o-Outro

que sempre canta

os nomes de Radha

e Krishna!

Esta mente,

este mundo

têm menos sentido

do que a água

contida

na pegada da pata

de um bezerro.

Que o Senhor Gauranga

tenha misericórdia.

Que o Senhor Nityananda

tenha misericórdia.

Se tudo é loucura,

se tudo é insanidade

entre ser louco

neste mundo

vaga mundo

e ser louco de amor

na dança-dançante-dançada

do dançarino de todas as danças,

mostrai-me o caminho

dessa última suprema loucura.

Oh Senhor de pele

vermelho-dourada!

 

Poema inédito de Claudio Daniel, inspirado no livro Nityananda, o mestre espiritual de todos os mundos, de Chandramukha Swami.

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