quarta-feira, 12 de maio de 2010

CRÔNICAS DE LISBOA (I)

Caros, contarei a história do final para o começo.

No dia 09 de maio, saí do hotel e fui até o aeroporto de Lisboa, onde deveria embarcar no voo das 11h da TAP, com destino para São Paulo.

O aeroporto estava tomado por imensas filas de passageiros em frente aos guichês de atendimento, pois diversos voos para outras capitais europeias foram cancelados, por conta das cinzas vulcânicas, e as pessoas precisavam trocar as suas passagens e embarcar em outras aeronaves para prosseguirem até os seus locais de destino.

O tempo de espera nessas filas era agravado pelas condições do próprio aeroporto, que dispõe de poucos funcionários e guichês de atendimento em relação ao número de pessoas que trafegam no local.

Eu não sabia de nada disso quando cheguei lá, com apenas uma hora de antecedência, e fui informado de que perdi o meu voo, pois não haveria tempo de fazer o check in. Fui então para a fila de compra de passagens aéreas, e após duas horas consegui trocar o meu bilhete por outro, com data de 10 de maio, às 15h, pagando a diferença de 92 euros (além da despesa adicional de uma diária de hotel, refeições e táxis, não previstos em meu orçamento inicial).

No dia seguinte, fui ao aeroporto com três horas de antecedência, consegui embarcar no avião, já desesperado para voltar a São Paulo, mas a aeronave só decolou duas horas depois do previsto.

Nota: o tempo de voo entre Lisboa e São Paulo é de DEZ HORAS.

Pensei: vou chegar em casa à meia-noite, ou às duas da manhã, mas tudo bem.

Ledo e ivo engano.

Após o avião ter realizado metade do trajeto, o comandante informou que talvez o avião fosse obrigado a RETORNAR a Lisboa, devido ao risco das cinzas vulcânicas provenientes da Islândia.

Gelei.

Quinze minutos depois, o comandante informou que o voo continuaria, mas que, devido às condições metereológicas de São Paulo, seria feito um pouso inesperado em Recife, e a viagem prosseguiria no dia seguinte ao seu destino.

Gelei.

Eu tinha compromissos importantes em meu trabalho, na universidade, consulta médica, minha família não sabia de nada (não uso celular), esse atraso ia causar uma confusão dos diabos em minha vida.

E causou mesmo.

Ficamos num hotel de 5 estrelas em Recife, em frente ao mar, mas não pude sequer aproveitar o imprevisto, pois toda a minha roupa e produtos de higiene pessoal ficaram na mala retida dentro do avião.

Caraca!

Às 13h de ontem, finalmente, um ônibus fretado nos levou até o aeroporto de Recife, o avião decolou às 14h e consegui chegar no aeroporto de Guarulhos às 18h.

Às 20h, cheguei em casa.

Trouxe na mala as obras completas de Fiama Hasse Pais Brandão, Al Berto, livros de poetas contemporâneos de Portugal e Moçambique e muitas recordações de museus, castelos, igrejas históricas e outros locais que visitei.

Aos poucos, contarei tudo aqui.

Em tempo: o Festival Tordesilhas superou as minhas expectativas, e o diálogo literário entre os poetas do Brasil, Portugal, Angola e Moçambique com certeza aumentará muito nos próximos anos.

Há braços,

CD

5 comentários:

  1. Genial caro Claudio! mis saludos y felicitaciones desde Santiago de CHILE

    Leo Lobos

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  2. Caro Leo, foi uma aventura e tanto... mas o retorno foi uma experiência cansativa, para não dizer angustiante... abraço,

    CD

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  3. Eita! que festival esse! terminou em torturilhas... agora conta o legal das Tordesilhas numa nova crônica: "As aventuras de CD no Festival das Tordesilhas e o que ele encontrou por lá". Mas sem coelho maluco ditando as horas... Temos tempo de ouvir e apreciar esses autores que não conhecemos tanto.
    Bjs!

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  4. Susannah, sim, o final foi Torturilhas, mesmo... a parte boa começarei a contar a partir de amanhã... e comentarei os poetas, sim. Beso,

    CD

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  5. Celso Vegro12.5.10

    Prezado CD
    UUUFFFAAA!!!

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