Claudio
Daniel
Jair
Bolsonaro sofreu uma série de derrotas políticas nos últimos meses. Sua
popularidade caiu para menos de 25%, o menor índice desde a sua posse, e todas
as pesquisas de opinião apontam para aa vitória de Lula nas eleições de 2022. O
ex-capitão afastado do exército por incapacidade mental e tentativa de ato terrorista
foi derrotado na Câmara dos Deputados, com a rejeição de sua proposta de volta do
voto impresso; foi derrotado no Senado, que recusou a nova reforma trabalhista e
o pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes. A instalação da
CPI no Senado tem apontado sucessivas irregularidades em sua gestão, que podem levar
à votação do impeachment. Novas denúncias de corrupção envolvendo sua família
têm destaque nas manchetes dos jornais e seu filho Carlos teve os sigilos
bancário e fiscal quebrados. Acuado, o Napoleão de Hospício, que não consegue nem impor o seu candidato "terrivelmente evangélico" para uma vaga no STF, convoca seus
apoiadores para uma marcha fascista no dia 07 de setembro, radicaliza seu discurso
de ruptura institucional, inclusive com ameaças de fechamento do STF e do
Congresso, em novo golpe militar. Porém, a situação não é tão favorável ao palhaço
Bozo de Brasília: entidades representativas de banqueiros e industriais, como a
FEBRABAN e a Fiesp, divulgam manifesto em apoio à democracia, e até setores do
agronegócio fazem o mesmo. O governo norte-americano, a ONU e a OEA expressam a
sua preocupação com os rumos da democracia no Brasil e cresce a insatisfação popular,
com reajustes brutais nas contas de luz e gás, no preço do litro de gasolina –
R$ 7,00, contra os R$ 2,50 da época de Dilma – e a ameaça de novo apagão energético,
no país com mais recursos hídricos no mundo. Para não passar vergonha, peala inevitável
comparação de sua marcha fascista com os protestos chamados pelos movimentos sociais
e partidos de esquerda, cada vez mais massivos em todas as capitais do país, Bozo
pretende inflar seu ato em Brasília com policiais militares e membros das Forças
Armadas – o que contraria a lei --, o gado evangélico, caminhoneiros e setores ideológicos
alinhados com o bolsonarismo. Caso a marcha fascista fracasse, e a esquerda
consiga reunir mais pessoas nos protestos, sua fraqueza se revelará ainda mais profunda,
encurtando o caminho para o impeachment. Caso consiga multidão suficiente para
postar fotos no Instagram, o que mudará na conjuntura política brasileira, a
partir do dia 08 de setembro? Possivelmente, nada. Um golpe de estado só
acontece quando as Forças Aramadas estão dispostas a isso, com apoio do aparelho
de Estado – Congresso, Judiciário – além da grande imprensa , de parcela
expressiva da população e do imperialismo norte-americano. Este quadro não
existe hoje. Entre aas consequências possíveis do ato de 07 de setembro, estão o
fracasso, a vergonha e o desmoronamento da semiditadura de um Mussolini de
fundo de quintal -- aliás, de quartel.