Desde o golpe de estado de 2016, que derrubou a presidenta
legítima do Brasil, Dilma Rousseff, eleita com 54 milhões de votos, por um
movimento de direita liderado pela grande imprensa – sobretudo a Rede Globo de
Televisão – e pelo Judiciário, teve início a implantação de um regime
autoritário no Brasil, sustentado por grandes empresários, proprietários
rurais, banqueiros, militares, pastores neoevangélicos e setores da classe
média alta. A prisão sem provas do ex-presidente Lula, do Partido dos
Trabalhadores (PT), e a vitória de Jair Bolsonaro, ex-capitão do
Exército, defensor da tortura praticada na ditadura militar, nas eleições
presidenciais de 2018, deram a esse regime autoritário uma coloração
semifascista.
É possível verificarmos várias afinidades entre os métodos violentos e o discurso de ódio de Jair Bolsonaro com os de Franco, Hitler ou Mussolini, mas há também diferenças importantes. Se a ideologia é similar – negação da diversidade sexual e dos direitos sociais, anticomunismo, antifeminismo, irracionalismo, afirmação da supremacia masculina, branca, cristã e heterossexual, defesa de valores tradicionais em relação à família e à religião, “nacionalismo” (ainda que caricatural) – e também as práticas de intimidação violenta, o projeto econômico do líder autoritário brasileiro é muito diferente.
Os regimes fascistas clássicos europeus estavam baseados no modelo do estado nacional forte, para fazer frente ao hegemonismo anglo-americano nos campos econômico, político, cultural e militar; havia intervenção estatal direta na economia e algumas concessões foram feitas aos trabalhadores, como a Carta del Lavoro, na Itália, em nome de uma unidade de classes em defesa da “raça” e da “nação” contra a “ameaça comunista”.
Já o modelo bolsonazista vai em outra direção: defensor do “estado mínimo” neoliberal, pretende extinguir os direitos trabalhistas e previdenciários, permitir que as empresas privadas explorem os trabalhadores sem qualquer tipo de proteção legal aos assalariados, eliminar qualquer barreira protecionista, abrir o mercado brasileiro para o grande capital internacional, privatizar bancos públicos (responsáveis por programas sociais e projetos de desenvolvimento), entregar nossas riquezas naturais – como a Amazônia e as reservas de pré-sal – a investidores estrangeiros, cortar drasticamente os investimentos públicos em educação, saúde, ciência, tecnologia, esportes, além, é claro, de golpear fortemente os sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda, até colocá-los na ilegalidade, utilizando para isso a bizarra lei antiterrorismo e a força policial-militar, incluindo os métodos da tortura e do assassinato de opositores.
O obscurantismo do novo regime, cujo principal ideoleógo, o radialista e astrólogo Olavo de Carvalho (que se apresenta como “escritor” e “filósofo”), acredita que a terra é plana – inclui ainda a retomada das terras de índios e quilombolas para a atividade econômica, a legalização da posse de armas e da prática da caça, o desrespeito ao meio ambiente, a restrição xenofóbica à entrada de imigrantes no Brasil e a retirada do país de acordos internacionais em relação ao meio ambiente e ao clima (questões consideradas pelos novos detentores do poder como formas de “marxismo cultural”). No campo da educação, o novo regime defende a redução orçamentária, a privatização de universidades públicas, o fim das cotas para afrodescendentes, o ensino à distância desde o fundamental e ainda a extinção de cursos de humanidades, a censura aos professores, o fim da aplicação do método Paulo Freire, o controle ideológico da bibliografia educacional, a concessão de bolsas de mestrado e doutorado de acordo com o perfil político de cada estudante, entre outras práticas ditadoriais. A implementação desse projeto, evidentemente, só será possível pela destruição do estado democrático de direito e sua substituição por uma ditadura militar-policial.
Claro, tudo com as bênçãos dos pastores neoevangélicos do chamado “sionismo cristão”, que colaboram com a disseminação de preconceitos contra negros, mulheres, gays, índios e outros setores sociais e fazem o proselitismo político direto pró-Bolsonaro em seus “templos” e emissoras de rádio e televisão. A brutalidade neofascista (ou semifascista) brasileira está a serviço de um neoliberalismo radical, com vestimenta messiânica, que abre mão da soberania do país, inclusive oferendo nosso território para bases militares dos Estados Unidos, para atender aos interesses da grande burguesia imperialista. Neste sentido, o que se passa no Brasil está mais próximo do que ocorre no Leste Europeu, e em particular a Ucrânia, após a queda do bloco socialista e sua substituição por regimes autoritários de direita. Com os Estados Unidos liderados por um gorila como Donald Trump, Israel por Netanyahu, o Brasil por Bolsonaro e a possível vitória da Frente Nacional na França, o mundo viverá um longo período de trevas.
É possível verificarmos várias afinidades entre os métodos violentos e o discurso de ódio de Jair Bolsonaro com os de Franco, Hitler ou Mussolini, mas há também diferenças importantes. Se a ideologia é similar – negação da diversidade sexual e dos direitos sociais, anticomunismo, antifeminismo, irracionalismo, afirmação da supremacia masculina, branca, cristã e heterossexual, defesa de valores tradicionais em relação à família e à religião, “nacionalismo” (ainda que caricatural) – e também as práticas de intimidação violenta, o projeto econômico do líder autoritário brasileiro é muito diferente.
Os regimes fascistas clássicos europeus estavam baseados no modelo do estado nacional forte, para fazer frente ao hegemonismo anglo-americano nos campos econômico, político, cultural e militar; havia intervenção estatal direta na economia e algumas concessões foram feitas aos trabalhadores, como a Carta del Lavoro, na Itália, em nome de uma unidade de classes em defesa da “raça” e da “nação” contra a “ameaça comunista”.
Já o modelo bolsonazista vai em outra direção: defensor do “estado mínimo” neoliberal, pretende extinguir os direitos trabalhistas e previdenciários, permitir que as empresas privadas explorem os trabalhadores sem qualquer tipo de proteção legal aos assalariados, eliminar qualquer barreira protecionista, abrir o mercado brasileiro para o grande capital internacional, privatizar bancos públicos (responsáveis por programas sociais e projetos de desenvolvimento), entregar nossas riquezas naturais – como a Amazônia e as reservas de pré-sal – a investidores estrangeiros, cortar drasticamente os investimentos públicos em educação, saúde, ciência, tecnologia, esportes, além, é claro, de golpear fortemente os sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda, até colocá-los na ilegalidade, utilizando para isso a bizarra lei antiterrorismo e a força policial-militar, incluindo os métodos da tortura e do assassinato de opositores.
O obscurantismo do novo regime, cujo principal ideoleógo, o radialista e astrólogo Olavo de Carvalho (que se apresenta como “escritor” e “filósofo”), acredita que a terra é plana – inclui ainda a retomada das terras de índios e quilombolas para a atividade econômica, a legalização da posse de armas e da prática da caça, o desrespeito ao meio ambiente, a restrição xenofóbica à entrada de imigrantes no Brasil e a retirada do país de acordos internacionais em relação ao meio ambiente e ao clima (questões consideradas pelos novos detentores do poder como formas de “marxismo cultural”). No campo da educação, o novo regime defende a redução orçamentária, a privatização de universidades públicas, o fim das cotas para afrodescendentes, o ensino à distância desde o fundamental e ainda a extinção de cursos de humanidades, a censura aos professores, o fim da aplicação do método Paulo Freire, o controle ideológico da bibliografia educacional, a concessão de bolsas de mestrado e doutorado de acordo com o perfil político de cada estudante, entre outras práticas ditadoriais. A implementação desse projeto, evidentemente, só será possível pela destruição do estado democrático de direito e sua substituição por uma ditadura militar-policial.
Claro, tudo com as bênçãos dos pastores neoevangélicos do chamado “sionismo cristão”, que colaboram com a disseminação de preconceitos contra negros, mulheres, gays, índios e outros setores sociais e fazem o proselitismo político direto pró-Bolsonaro em seus “templos” e emissoras de rádio e televisão. A brutalidade neofascista (ou semifascista) brasileira está a serviço de um neoliberalismo radical, com vestimenta messiânica, que abre mão da soberania do país, inclusive oferendo nosso território para bases militares dos Estados Unidos, para atender aos interesses da grande burguesia imperialista. Neste sentido, o que se passa no Brasil está mais próximo do que ocorre no Leste Europeu, e em particular a Ucrânia, após a queda do bloco socialista e sua substituição por regimes autoritários de direita. Com os Estados Unidos liderados por um gorila como Donald Trump, Israel por Netanyahu, o Brasil por Bolsonaro e a possível vitória da Frente Nacional na França, o mundo viverá um longo período de trevas.
Claudio Daniel
Links com exemplos da violência praticada no país pelos adeptos de Bolsonaro:
nvio, abaixo, CAPOEIRISTA é
morto com 12 facadas por eleitor de bolsonaro: https://bit.ly/2y4nMTm
PROFESSOR é
ameaçado de morte por eleitores de bolsonaro: https://glo.bo/2INUOvi
GAY é morto em
Curitiba por eleitor de bolsonaro: https://bit.ly/2y2Thxd
JORNALISTA é
agredida e ameaçada de estupro, por eleitores de bolsonaro: https://glo.bo/2ykZUu4
ELEITORES de
bolsonaro postam fotos com armas nas urnas: https://bit.ly/2yqQBIY
IRMÃ DE MARIELLE É
AGREDIDA, COM A FILHA, por eleitores de bolsonaro: https://bit.ly/2pGhlkQ
JOVEM É AGREDIDO
por estar vestindo vermelho, por eleitores de bolsonaro: https://bit.ly/2C1ZEDM
MILITANTE é
agredida por eleitor de bolsonaro: https://bit.ly/2IHKViu
FUNCIONÁRIA da
campanha de Boulos é amaçada com arma por simpatizantes de bolsonaro: https://glo.bo/2MAXod0
CACHORRO é morto
em carretata, por eleitores de bolsonaro: https://bit.ly/2QuTxfe
JOVENS SÃO
EXPULSOS de condomínio por eleitores de bolsonaro: https://bit.ly/2zYEViO