Cinco jovens foram assassinados neste domingo pela Polícia Militar em
Maricá (RJ), no condomínio "Carlos Marighella" de um conjunto
habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida: Patrick e Matheus Baraúna (16
anos), Marco (17 anos), Matheus Bittencourt (18 anos) e Savio de Oliveira (20
anos). Dois dos rapazes eram militantes da União da Juventude Socialista (UJS),
ligada ao PCdoB.
Eles eram ativistas e lideranças locais que atuavam em projetos
culturais que serviam como alternativa para a juventude pobre e negra de
Maricá. Somente nos três primeiros meses deste ano, 150 pessoas foram
assassinadas no Rio de Janeiro pela Polícia Militar. O que acontece nos bairros
de periferia e comunidades das grandes cidades brasileiras não é combate ao
crime, mas uma política de extermínio da juventude pobre e negra por um estado burguês
racista e autoritário.
Enquanto isso, no Pará, o padre Amaro, liderança da Comissão Pastoral da
Terra e substituto da Irmã Dorothy, é preso e encaminhado para o mesmo presídio
onde está o mandante do assassinato da própria Irmã Dorothy.
Para culminar, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, líder operário
e fundador do Partido dos Trabalhadores (PT), sofre atentado a bala ontem durante
sua caravana pelo Sul do país, realizado por pistoleiros à soldo do latifúndio
e com a cumplicidade da Polícia Militar. Lula, candidato favorito às hipotéticas
eleições presidenciais de 2018, pode ser preso em abril em um processo judicial
fraudulento, a partir de acusações sem provas.
O atual governo brasileiro, ilegítimo, fruto do golpe de estado de 2016,
promovido pela imprensa e pelo Judiciário, com apoio da reacionária classe
média brasileira, caminha, a passos largos, para a implantação de um nova
ditadura, nos moldes daquela de 1964, apoiada pela mesma classe média.