Hoje aconteceu um golpe de estado
no Brasil.
Dilma Rousseff, do Partido dos
Trabalhadores (PT), reeleita para a presidência do país em 2014 com 54 milhões
de votos, foi afastada do cargo por um Congresso Nacional formado por uma
maioria conservadora – proprietários rurais, banqueiros, especuladores financeiros,
empresários, pastores evangélicos, fascistas, muitos deles envolvidos em
processos de corrupção – sem ter cometido nenhum crime, num processo ilegal e
ilegítimo que na prática revoga a Constituição, a democracia e o estado de
direito no Brasil.
O “argumento” utilizado pelos
partidos de direita – PMDB, PSDB e seus aliados, com apoio de juízes fascistas
e de uma imprensa controlada por apenas seis famílias – para o afastamento de
Dilma Rousseff foram as alegadas “pedaladas fiscais” – a utilização de
recursos dos bancos e empresas públicas para o financiamento de programas
sociais que, nos últimos treze anos de governos democrático-populares de Lula e
Dilma, foram responsáveis por tirar 30 milhões de brasileiros da situação de
miséria absoluta, fato reconhecido pela ONU e muito incômodo para as elites
brasileiras, que preferem manter a maioria da população brasileira na pobreza.
As supostas “pedaladas” não caracterizam corrupção ou desvio de recursos
públicos e foram praticadas também por governos anteriores, e inclusive por
estados governados pelo PSDB, como é o caso de São Paulo, com Geraldo Alckmin.
Por que as elites odeiam Lula
e Dilma?
Porque em treze anos eles
construíram 18 universidades federais (o governo anterior, do neoliberal Fernando
Henrique Cardoso, do PSDB, não construiu NENHUMA), 400 escolas técnicas do
Pronatec, aplicaram 10% do PIB e 75% dos royalties do pré-sal na educação e 25%
na saúde, criaram programas como o Prouni, FIES e Ciência sem Fronteiras, que
beneficiaram o acesso de estudantes pobres e negros aos cursos universitários.
O programa Bolsa-Família garante hoje a segurança alimentar de 40 milhões de
brasileiros. O Mais Médicos contratou 18 mil médicos brasileiros e estrangeiros
para atenderem a população nas regiões mais carentes do país, beneficiando
cerca de 50 milhões de pessoas. O programa Minha Casa Minha Vida, por sua
vez, entregou cerca de 1,5 milhão de unidades habitacionais a trabalhadores de
baixa renda. O Farmácia Popular, por sua vez, garante a distribuição
gratuita de medicamentos à população. O governo golpista de Michel Temer
anunciou a redução ou cancelamento desses programas sociais, com a provável
privatização dos bancos públicos.
Lula pagou nossa dívida junto
ao Fundo Monetário Internacional (FMI) já em seu primeiro mandato, e desde
então essa instituição não monitora mais a nossa economia, impondo medidas
recessivas e privatistas. As empresas estatais como a Petrobrás foram mantidas
sob controle do estado brasileiro e o salário mínimo, que era de US$ 50,00 na
época de FHC, hoje é de US$ 200,00. Lula e Dilma mantiveram as leis
trabalhistas e investiram em programas de reforma agrária. O governo golpista
de Michel Temer deve submeter novamente o Brasil ao controle do FMI, arrochar
os salários, privatizar a Petrobrás, entregar nosso petróleo e pré-sal para as
companhias norte-americanas, e “flexibilizar” a legislação trabalhista, impondo
a terceirização, o que na prática significa o fim da legislação trabalhista e o
crescimento do desemprego.
Lula recusou o ingresso do
Brasil na ALCA proposta por George Bush. Michel Temer deve fazer o Brasil
ingressar na “Aliança do Pacífico”, área de “livre comércio” com a participação
dos Estados Unidos, Colômbia, Chile e Peru, o que na prática significará o sucateamento
da indústria nacional, que não terá condições de competir com a indústria
norte-americana. Lula e Dilma promoveram a integração e cooperação com os
países latino-americanos, por meio de instituições como o Mercosul, a Unasul e
a Celac, e aproximaram o Brasil da Rússia, China, Índia e África do Sul – os
BRICs --, pensando em uma nova ordem política internacional, multipolar. Michel
Temer deve recolocar o Brasil na área de influência norte-americana, o que fica
explícito com a indicação de José Serra, do PSDB, para o Ministério das
Relações Exteriores. Nos governos Lula e Dilma, o Brasil apoiou a luta do povo
palestino por sua autodeterminação e condenou as agressões norte-americanas no
Oriente Médio. Michel Temer deve apoiar a política sionista do Estado criminoso
de Israel e apoiar as ações assassinas da OTAN.
Após destruir o Oriente Médio,
os EUA voltam as suas garras agora para a América Latina, com o objetivo de
destruir os governos progressistas da Venezuela, Bolívia, Equador. Uruguai,
Cuba e Nicarágua, para a recolonização do continente, com apoio das elites
locais, que nunca tiveram o projeto de construção da democracia ou mesmo de um
desenvolvimento capitalista soberano. Elas se contentam com os lucros fáceis do
mercado financeiro, pouco se importando com soberania, direitos humanos e
distribuição de renda.
O Brasil tem hoje um governo
ilegal e ilegítimo, de forte viés autoritário, e os movimentos sociais e
partidos de esquerda colocarão na ordem do dia a desobediência civil.
Neste momento, é muito
importante a solidariedade internacional ao povo brasileiro. Que o Mercosul, a
Unasul, a Celac e outras instituições internacionais aprovem sanções
diplomáticas e econômicas ao governo golpista! Que os países latino-americanos
retirem os seus embaixadores do Brasil! Que a Rússia e a China se pronunciem,
condenado o golpe de estado!
#ForaTemer
#JáTemLuta