As ciências humanas tiveram
rápido desenvolvimento no início do capitalismo porque a burguesia precisava
opor um conhecimento laico à herança cultural da Igreja Católica e da
Monarquia, formar novos quadros intelectuais e políticos e criar um outro sistema
político e administrativo, a democracia representativa parlamentar, sustentada
pelo sufrágio universal dos cidadãos. Entre o final do século XVIII e o final
do século XX, inúmeras disciplinas universitárias e ciências surgiram, inclusive para fomentar empregos para jovens e
mulheres da pequena burguesia, como os estudos literários, a sociologia, a
antropologia. Hoje, não é mais necessário, ao
desenvolvimento do capitalismo, essa pluralidade de saberes, nem os direitos
sociais conquistados ao longo do século XX, nem mesmo a democracia burguesa:
com as vitórias eleitorais da esquerda na América Latina, a própria democracia
é vista como contrária aos interesses das elites, que sonham com uma nova
sociedade, muito parecida com o que foi o nazifascismo na Europa: uma sociedade
altamente hierarquizada, verticalizada, com rígido controle das classes
populares pelos capitalistas e a eliminação de qualquer forma de pensamento
crítico, seja nas escolas, universidades, seja na vida política e social, seja
na internet e nos veículos de comunicação. Nos próximos anos ou décadas, a
escolha da humanidade, como dizia Rosa Luxemburgo, será entre o socialismo e a
barbárie.
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