Dziga Vertov (1896-1954), um dos
principais cineastas soviéticos da primeira metade do século XX, iniciou sua
atividade artística no campo da poesia experimental. Com apenas 15 anos de
idade fundou o “Laboratório do ouvido”, para pesquisar as possibilidades da
poesia sonora – ele gravava falas e ruídos das ruas, fábricas, praças, com um
fonógrafo Pathéphone, depois editava as gravações, criando a ambientação sonora
de seus poemas. Aos 22 anos, começou a trabalhar com cinema – ingressou no Kino Komittet de Moscou e tornou-se redator
do primeiro cinejornal soviético, o Kinonedelia (“cinema semanal”). Inventou
então um novo conceito de documentário, que chamou de “Cine-olho” (Kino Glaz) e
“Cine-verdade” (Kino Pravda), ou cinema não-ficcional, sem roteiro, sem atores
e sem estúdio, focado na nova realidade socialista, no mundo das máquinas, da
produção industrial, da agricultura coletivizada e das relações pessoais. Dziga
Vertov tinha vários cinegrafistas à sua disposição, que registravam cenas do
cotidiano, e depois editava esse material na sala de montagem, empregando
técnicas revolucionárias de construção fílmica, só comparáveis às de Sergei
Eisenstein. Entre seus trabalhos mais brilhantes estão Um homem com uma câmera
(1928) e Réquiem para Lênin (1934).
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