"A revolta de 1936-1939 na Palestina", de Ghassan
Kanafani (São Paulo: Sundermann, 2015). O autor, respeitado como um dos mais
representativos da literatura moderna de língua árabe, mostra nesse livro a
origem do conflito na Palestina, que nada tem a ver com questões religiosas,
mas com a luta de classes. Centenas de milhares de judeus EUROPEUS imigraram
para a Palestina, a partir do final do século XIX, mas sobretudo nas primeiras
décadas do século XX, adquirindo terras na região e expulsando os camponeses palestinos,
substituídos por trabalhadores judeus. Os novos colonizadores sionistas, com
apoio ostensivo da Inglaterra, em pouco tempo dominaram a vida econômica do
país, sobretudo na indústria, mas também no comércio e no mercado financeiro,
criaram milícias armadas -- como a IRGUN e a HAGANÁ -- e criaram as bases de um
estado dentro do estado, que em 1948 receberia o nome de Israel. Conforme a
análise de Kanafani, a tragédia histórica do povo palestino é decorrente não
apenas do sionismo e do imperialismo, mas também da cumplicidade da burguesia
palestina e dos países árabes vizinhos. Visão polêmica, sem dúvida, mas que
enriquece o debate sobre a causa palestina, a causa "mais justa e mais
revolucionária" de nossa época, como diz o meu camarada Emir
Mourad
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