I
Leopardo no ar alto
fuzilando a treva.
Ira e brisa pelos campos.
Corisco na cara da escuridão.
Senhora que incendeia
a casa da mentira.
Senhora sem medo algum.
Senhora que relampeia
entre os tambores do orum.
(Poema de Antônio Risério, do livro Brasibraseiro)
II
Leopardo que come pimenta crua.
Mulher de vestes vistosas.
Cabaça rara, diante do marido.
Eparrei!
O que Xangô disser
Oiá logo saberá.
Ela entende que Xangô
Nem chegou a falar.
E o que ele quiser dizer
Oiá dirá.
Ê ê ê-par-rei!
Oiá, árvores desarvora.
Adeus, morte.
Minha mãe da roupa de fogo.
Nada de mentiras para ti.
Nada de mentiras para ti.
As marcas da tua pele calam o alabé.
Oiá ô
Mulher neblina no ar.
Oiá, leopardo que come pimenta crua.
(Tradução de Antonio Risério, do livro Oriki-Orixá)
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